Verão no Centro Histórico da Covilhã com Best Youth, Glockenwise e JP Simões

Verão no Centro Histórico da Covilhã com Best Youth, Glockenwise e JP Simões
Foto: DR

Best Youth, Glockenwise e JP Simões são alguns dos nomes em destaque na 7.ª edição do “Verão no Centro Histórico” da Covilhã. O evento é organizado pela Câmara Municipal da Covilhã e acontece todas as noites de sexta-feira do mês de Agosto, continuando a unir história, património e teatro ao melhor da nova música nacional e local.

 

Após o sucesso das edições anteriores, com as visitas guiadas encenadas mais participadas do país e dando a conhecer à Covilhã novos projectos musicais, o “Verão no Centro Histórico” tem como objectivo levar as pessoas para a rua do coração da cidade, em grandes noites de cultura.

 

As noites do “Verão no Centro Histórico” começam com a sempre didática e divertida visita guiada encenada pela actriz Joana Poejo, seguida de concertos ao ar livre, gratuitos, em locais improváveis e emblemáticos do centro histórico da Covilhã.

 

Nesta edição, celebrando os 50 anos do Teatro das Beiras, esta companhia teatral associa-se ao evento e apresenta no dia 9 de Agosto (21:30) a peça “O Juiz da Beira”, de Gil Vicente, com encenação de Nuno Carinhas. As visitas encenadas (21:30) começam e terminam no local dos concertos, que têm início às 22:15. 

 

A programação musical do festival inclui os seguintes nomes:

 

BEST YOUTH – 2 DE AGOSTO (Rua Direita)

 

Os Best Youth são um duo Indie Pop do Porto, formado por Ed Rocha Gonçalves e Catarina Salinas, que se estreia finalmente em concerto na Covilhã, na primeira noite da 7ª edição do “Verão no Centro Histórico”. “Everywhen” é o título do novo trabalho dos Best Youth. Um novo disco e espetáculo que marca o regresso do grupo e em que exploram como nunca antes o seu imaginário, desta feita a partir do conceito “tempo”. A dupla concebeu a partir das onze canções que constituem “Everywhen” um espetáculo que pretende integrar o público numa experiência musical e visual em que apela à suspensão do tempo, abrindo a possibilidade de ter uma perspetiva do passado e do futuro simultaneamente, como se fosse um espelho. As músicas que farão parte do alinhamento deste novo espetáculo conjugarão isso mesmo: um cruzamento sonoro em que as mais recentes “Back With A Bang”, “Cool Kids” ou “Out Of Time”, se entrelaçarão com as que habitam o nosso imaginário e que são a marca inconfundível dos Best Youth, como sejam “Midnight Rain”, “Mirrorball” ou “Hangout”. Em palco, só Ed e Kate no aprofundar do lugar único que ocupam na música nacional, fazendo de “Everywhen” um novo passo na exposição da sua criatividade e originalidade.

 

GLOCKENWISE – 9 DE AGOSTO (traseiras do Teatro das Beiras, na Travessa da Trapa)

 

Os Glockenwise formaram-se na margem. Na margem geográfica, em Barcelos, onde a ideia de passar pela vida com anseio de fazer música – ou qualquer outra arte, para o efeito – era, ainda nos anos 2000, relativamente exótica; e na margem estética, forjados na energia inconformista do rock, sempre pontuados por uma característica melancolia que serviu de fio condutor até à identidade sonora presente, e que os tem vindo a demarcar de classificações mais evidentes.

 

Depois de irreverentemente terem preenchido um lugar na cena garage rock de Barcelos no arranque da segunda década deste século, o ano de 2018 trouxe-nos uns novos Glockenwise, com a língua portuguesa a assumir o protagonismo. “Plástico” foi o primeiro disco da nova fase da banda (disco nacional do ano para a Antena 3 e o Público), nos quais tanto há espaço para gestos prosaicos do quotidiano, como temas profundos. “Plástico” é uma celebrada obra-prima incontornável, madura e inteligente, com um polimento pop que muito raramente escutamos ao nosso redor.

 

Seguiu-se o aclamado disco novo, “Gótico Português”, como grito de independência artística, lançado em Fevereiro de 2023 e aclamado pelo público e crítica, tendo sido considerado o melhor ou um dos melhores discos nacionais do ano por publicações diversas. “Gótico Português” é um olhar apreciativo da margem. Há um Portugal a fervilhar na margem, abundante em manifestações culturais interessantes e bizarras, rico e diverso em tradições visuais e orais. Onírico, criativo e surpreendente. Há um Portugal esquecido na margem, sedento de representação, mas obstinado, que se arregaça para ocupar de forma inventiva o vazio deixado pelas carências materiais, culturais e metafísicas. E é neste contexto que os Glockenwise voltam a expor o seu génio e a dar-nos mais um lote de canções fundamentais para os nossos dias, confirmando o lugar que já ocupam no lote das melhores bandas nacionais.

 

JOÃO CORAÇÃO – 16 DE AGOSTO (Largo de São Silvestre)

 

João Coração é um trovador que deu que falar no final dos anos zero, quando editou um álbum noturno e discreto chamado Sessão de Cezimbra, n.º 1 (2008) e o soalheiro e viral Muda Que Muda (2009), pela FlorCaveira. Foi um dos “capitães” da “mini-revolução” na música alternativa portuguesa levada a cabo naquela altura por nomes como Samuel Úria, B Fachada, Jorge Cruz, Tiago Guillul ou Manuel Fúria.  Depois desapareceu de cena. Interrompe agora um longo silêncio de 15 anos e estreia-se em concerto na Covilhã, na 3.ª noite do “Verão no Centro Histórico”.

 

Quem conhece João Coração sabe que ele é um ser de contradições, sonhador e fazedor, confortável com um intimismo para muitos desconcertante, ele descalça-se para entrar e convida quem o ouve a fazer o mesmo. As suas letras navegam os altos e baixos da existência e os protagonistas das suas canções estão em luta constante: o amor de um lado e o medo do outro. Quem ganha essa luta depende de quem ouve.

 

Numa vida passada fez os dois discos já referidos, que são tão diferentes quanto iguais. Diferentes porque um é a noite e o outro é o dia. Iguais porque ambos foram gravados de forma impetuosa e crua. João Coração das duas vezes convidou os seus amigos para uma casa repleta de instrumentos onde gravaram as suas canções ao vivo, sem ensaios prévios, com verdade, crueza, realismo e todas as arestas por limar.

 

Em 2024, ressurge alinhado com a Cuca Monga e com um disco, “Soberana” (a editar em setembro), que testemunha a sua evolução pessoal e criativa. À medida que mergulha nas profundezas da sua existência, explora novos espectros sonoros. As canções surgem como as anteriores, de assalto, sem aviso, mas o processo de gravação é outro, mais ponderado e polido. Pela primeira vez em estúdio, com arranjos desenhados à priori e interpretados por uma banda de sonho: Salvador Seabra (Capitão Fausto), Tony Love (Lena D'Água, Joana Espadinha), Jónatas Pires (Samuel Úria, Pontos Negros) e Velhote do Carmo (Filipe Karlsson). Sempre fiel à sua poesia, João Coração explora atmosferas novas, magnéticas e intrigantes.

 

JP SIMÕES – 23 DE AGOSTO (Rua do Norte)

 

JP Simões é uma das mais marcantes figuras da música portuguesa. Cantor, compositor, letrista, contista e dramaturgo, JP Simões edita álbuns desde 1995, com Pop Dell’Arte, Belle Chase Hotel, Quinteto Tati e a solo ou em colaboração com outros compositores.

 

Participou no Festival da Canção de 2018 com "Alvoroço", que venceu o prémio de melhor tema de música popular na Gala Prémio Autores 2019 da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo ainda lançado, em 2016 e 2021, os discos "Tremble Like a Flower" e "Drafty Moon", sob o pseudónimo Bloom. JP Simões editou este ano o álbum “JP Simões canta José Mário Branco” no qual presta uma sentida homenagem a uma das personalidades que mais marcaram a música portuguesa desde a década de 1960, como cantautor e que nos deixou em 2019.

 

Apresenta-se ao vivo pela primeira vez na Covilhã, a solo, com um repertório que atravessa as diferentes fases da sua carreira.

 

BLUE VELVET – 30 DE AGOSTO (Rua 1.º de Dezembro)

 

Com raízes na Covilhã, os Blue Velvet são um grupo de Rock, Motown e Soul que se distingue pelas versões desempoeiradas e muito pessoais de temas incontornáveis da história da música. Fazem uma viagem pela música dos últimos 60 anos e trazem-nos uma seleção musical que pode passar por Beatles, Marvin Gaye, Queens of the Stone Age, Sérgio Godinho, Otis Redding, Amy Winehouse, Radiohead, Nirvana, Jorge Palma, Tom Waits, Johnny Cash, entre muitos outros. O talentoso quarteto, composto por Duarte Fonseca (bateria), Edgar Ferreira (baixo), João Clemente (guitarra) e Pedro Santos (voz), promete encerrar com “chave de ouro” a 7ª edição do “Verão no Centro Histórico”.

 

A Câmara Municipal da Covilhã convida todas e todos os covilhanenses e quem nos visita a juntarem-se às noites mais divertidas do verão! Juntos, vamos continuar a dar vida ao centro histórico da Covilhã!