Vibrante e plural assim regressa, em Novembro, o Guimarães Jazz  

Vibrante e plural assim regressa, em Novembro, o Guimarães Jazz   
Fotografia: Bruno Barreto

Em 2023, músicos intercontinentais reúnem-se novamente com os públicos do Guimarães Jazz numa estreita comunhão que se realizará entre 9 e 18 de Novembro com Buster Williams, Vanguard Jazz Orchestra, Kathrine Windfeld Big Band com Gilad Hekselman e Immanuel Wilkins, Orquestra de Guimarães com Mário Costa, Aaron Parks, Michael Formanek, Maya Homburger, Agustí Fernández e Barry Guy, Elliott Sharp, Jacob Sacks, Chet Doxas, Vinnie Sperrazza, Zack Lober e Suzan Veneman, Pedro Molina, José Soares, entre muitos outros nomes, a compor o cartaz da 32ª edição do festival.

Em termos gerais, o programa de 2023 do festival de jazz de Guimarães é caracterizado, tal como sempre acontece, pelo equilíbrio entre a tradição e a inovação e pela diversidade estilística, geográfica e geracional das propostas e dos músicos que nelas participam. A constatação desta evidência não impede, porém, o reconhecimento de que nesta edição se presta uma atenção particular à cena jazzística nova-iorquina da actualidade e às expressões de tendência experimental, cada vez mais preponderantes na linguagem do jazz contemporâneo, sendo também de destacar a significativa presença de músicos europeus em praticamente todos os projectos apresentados, um sinal evidente do descentramento definitivo do fenómeno jazzístico em relação ao seu território de origem.  

A abertura e o encerramento do Guimarães Jazz 2023 serão protagonizados por duas orquestras, uma proposta dupla que funciona como um espelho reflector de dois polos diferenciados desta dimensão da prática criativa jazzística. O primeiro dia será inaugurado por um ensemble que é considerado um dos representantes mais prestigiados da mais pura tradição jazzística nova-iorquina: a icónica Vanguard Jazz Orchestra, um ensemble com mais de meio século de actividade e actualmente dirigida pelo prestigiado compositor e arranjador Jim McNeely (9 de Novembro, 21h30). O último concerto desta edição será, por sua vez, da responsabilidade da big band liderada pela compositora e pianista dinamarquesa Kathrine Windfeld, um dos nomes em destaque na nova vaga do jazz orquestral europeu, e que terá como solistas convidados o guitarrista israelita Gilad Hekselman e o saxofonista afro-americano Immanuel Wilkins (18 de Novembro, 21h30). O naipe de propostas orquestrais incluídas no programa deste ano é ainda complementado pela reedição da parceria entre o festival e a Orquestra de Guimarães, a qual desta vez acompanhará o Mário Costa Quarteto, formado, para além do talentoso baterista português que lidera este projecto, por três instrumentistas reputados do circuito jazzístico mundial: o contrabaixista Bruno Chevillon, o trompetista Cuong Vu e o teclista Jozef Dumoulin (16 de Novembro, 21h30). 

Nas palavras de Ivo Martins, director artístico do festival, “em 2023, depois de uma edição marcada pelo regresso ao formato de comunhão estreita entre o público e os músicos característica deste festival e por um tom de assumida celebração dadas as circunstâncias de reabertura do mundo após um período de paralisação temporária, o Guimarães Jazz enfrenta um cenário em transformação profunda, uma transformação que se afigura agora não apenas tecnológica ou estética, mas uma verdadeira mudança de puro funcionamento do sistema. Assim, o alinhamento da trigésima segunda edição pode ser eventualmente considerado mais circunspecto e intelectualmente exigente em termos das suas propostas, mas, tal como sempre aconteceu ao longo da história deste festival, continua a privilegiar o primado da diversidade e da escolha independente, ciente de que são as decisões do presente que determinam o futuro por enquanto incógnito.”.

Os bilhetes para os concertos do Guimarães Jazz, assim como as assinaturas que permitem usufruir de vários descontos associados, já se encontram à venda nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), da Casa da Memória de Guimarães (CDMG) ou da Loja Oficina (LO), bem como nas várias entidades aderentes da BOL, e online em oficina.bol.pt.