Amaura, Héber Marques e Tayob J. juntos em “O Meu para Sempre”

Amaura, Héber Marques e Tayob J. juntos em “O Meu para Sempre”
Fotografia: D.R.

Amaura, que muitos já veem como a princesa no neo soul português, e Héber Marques, o vocalista dos HMB e um dos valores seguros do r&b e funk “made in” Portugal, emprestam as vozes ao single de arranque da estreia de Tayob J. nos álbuns autorais, em nome próprio e sob o título “A Beleza do Erro”.

“O Meu para Sempre”, o primeiro tema de avanço do longa duração, com finalização prevista mais para o final do ano, é lançado no mercado discográfico já no próximo dia 21.

“O tema fala sobre uma relação com muitos altos e baixos, talvez mais baixos do que altos, mas em que ambos têm a certeza de que a união será para sempre. A música é uma representação clara do conceito d’A Beleza do Erro, e abraça as imperfeições, nossas e as de com quem estamos, com a certeza de que o dia de amanhã chegará melhor. E que estaremos cá para vivê-lo”, revela Tayob J., que, ao leme do Noiz Estúdio, tem trabalhado nas novas sonoridades da cena musical portuguesa. Ao lado de nomes como Chullage, Wet Bed Gang, Dino d’Santiago, Virgul, Domingues, Murta, X-Tense NBC, Sir Scratch, Puro L, Soraia Tavares, Domi e tantos outros.

“Em ‘O Meu Para Sempre’ contei com o meu companheiro de vários anos, Nuno Melo, nas guitarras. O arranjo de sopros foi feito pelo Miles Bonny (de New Jersey, EUA), um cantor, produtor e trompetista de quem sou fã há muitos anos e com quem queria colaborar há algum tempo. A Maria João - uma violinista incrível, dotada também de uma paciência infindável para lidar com todas as minhas ideias - mostra a sua arte no violino. A letra foi escrita pela Amaura e pelo Héber, que desenvolveu também alguns detalhes adicionais na guitarra e de produção”, explica Tayob J..

“A Beleza do Erro será o meu primeiro disco e tento ser o mais fiel possível à minha identidade musical, que vem do rap e do neo soul. Haverá temas onde essas sonoridades serão evidentes, e outros em que marcarão presença de forma mais subtil. No LP, em algumas músicas, procuro conciliar este universo com uma linguagem mais pop e abrangente e, também, com momentos mais concetuais e com um “sound design mais presente’’, sublinha o “maestro” do Noiz Estúdio.

Filho de mãe brasileira de ascendência polaca e pai moçambicano de origem indiana, Tayob Juskow nasceu na capital portuguesa, mas funde as suas (mundi)vivências iminentemente urbanas - que não só lisboetas - numa direção e produção musicais conscientes do seu ADN multicultural.

“A música brasileira que a minha mãe ouvia para sentir um pouco de ‘casa’, ou a música indiana que o meu pai escutava nos domingos de manhã, para regressar às origens, tiveram um impacto gigante na construção do meu universo musical”, lembra.

A própria busca das motivações para as palavras e o conceito que fizeram clique neste primeiro álbum é explicada com uma desafogada humildade. É que Tayob J. vê-se como a “anomalia” de uma família de comerciantes que simplesmente seguiu um caminho bem diferente, para criar as oportunidades que lhe permitiram fazer “algo de belo e artístico” na vida. Com as incertezas e os imprevistos próprios dos percursos que incessantemente abrem trilhos por entre uma floresta de tentativas.

Foi ess’A Beleza do Erro, que, mais do que facultar trabalho nas produções de uma grande variedade de músicos, de diferentes estilos, permitiu estender agora o desafio a uma dúzia de intérpretes conhecidos do grande público. Para, “através de cada take, conhecermos as múltiplas perspetivas sobre o conceito”.