“Ascensor de Sombras”, de José Pedro Leite, galardoada com o Prémio Literário Natália Correia
A obra “Ascensor de Sombras”, de José Pedro Leite, é a galardoada com o Prémio Literário Natália Correia. O júri distinguiu ainda com uma menção honrosa, entre as mais de 600 obras candidatas, o original “Ecocardiodrama”, de Alberto Pereira. A decisão do júri, que esteve reunido durante esta semana, em Ponta Delgada, para deliberar sobre a atribuição do Prémio Literário, foi hoje comunicada à Câmara Municipal de Ponta Delgada, entidade promotora e organizadora do Prémio Literário Natália Correia.
“Dada a impossibilidade de atribuir um prémio Ex Aequo; tendo em conta a consistência e excelência poéticas das duas obras levadas à final, reveladoras de um elevado conhecimento da natureza e da função do acto criador, a cuja alteridade é convidado o estado do mundo, morada do caos, da qual emerge uma poesia-oráculo-lugar de uma síntese não apenas agregadora, mas também salvífica, decidiu o júri atribuir o Prémio Literário Natália Correia à obra ‘Ascensor de Sombras’, de José Pedro Leite, pelo facto deste livro apresentar uma arte poética que propõe uma reflexão sobre a própria poesia e que inspira um novo começo para humanidade”, escreve o júri.
“Pelas razões acima referidas, o júri decidiu atribuir uma única menção honrosa, a qual distinguiu o original ‘Ecocardiodrama’, de Alberto Pereira”, prosseguem os jurados Ângela de Almeida, poeta e investigadora; Diniz Borges, investigador e professor universitário; Lélia Nunes, escritora e investigadora; Luís Filipe Sarmento, escritor; e Vera Duarte Pina, escritora. O autor galardoado vai receber um prémio no valor pecuniário de 7500 euros (sete mil e quinhentos euros), em cerimónia promovida pela autarquia em data e local a anunciar, além da 1.ª edição (500 exemplares), pelo Município de Ponta Delgada, da obra vencedora.
José Pedro Leite, 40 anos, natural do Porto, é licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa e tem publicados oito livros, todos de poesia: "Outros litorais" (2008); "As mãos e o lume" (2009), vencedor do Prémio Políbio Gomes dos Santos; "Respiração vertical" (2011), menção honrosa no Prémio Irene Lisboa, em 2013; "O conhecimento dos vulcões" (2015); “A invenção do Verão” (2019); “A construção dos lábios” (2020) e “Escarpas” (2021). Alberto Pereira, 51 anos, natural de Lisboa, é licenciado em Enfermagem. É autor dos livros “O áspero hálito do amanhã” (2008); “Amanhecem nas rugas precipícios” (2011); “Poemas com Alzheimer” (2013); “O Deus que matava poemas” (2015); “Biografia das primeiras coisas” (2016); “Viagem à demência dos pássaros” (2017); “Bairro de Lata” (2017); “Como num naufrágio interior morremos” (2019) e “Neve Interior” (2021). Com poemas traduzidos para espanhol, francês e inglês, Alberto Pereira venceu e foi distinguido em vários prémios literários nacionais e internacionais, entre os quais o Concurso Literário Manuel António Pina - Museu Nacional da Imprensa (2013) e o Prémio Internacional de Poesia Glória de Sant’Anna (2018 e 2020).
O Prémio Literário Natália Correia, com periodicidade anual, é aberto a autores de todas as nacionalidades com obras originais e inéditas redigidas em língua portuguesa. Tem uma alternância, também anual, entre a produção poética e a narrativa (romance e conto). Este ano, de estreia, foi dedicado à produção poética. Esta 1.ª edição do Prémio Literário marca o arranque das celebrações do centenário do nascimento de Natália Correia (Ponta Delgada, 13 de Setembro de 1923 - Lisboa, 16 de Março de 1993), que se assinala a 13 de Setembro de 2023.