Como se namorava no século XVIII?
A resposta a esta e outras questões vai estar na Feira Setecentista de Queluz, de 10 a 13 de Setembro
“Século das luzes”. Há palavras novas no ar, liberdade, igualdade, individualismo, progresso, ideias e ideais que partiram de França e circulam pela Europa. Chegam a Portugal um pouco mais tarde, mas parecem não assustar as classes privilegiadas, as que mais teriam a perder se os iluministas conseguissem tudo o que propunham. A Corte mantém a sua vida faustosa, divertindo-se em festas e banquetes no Palácio de Queluz, residência de Verão dos reis.
De 10 a 13 de Setembro, a Feira Setecentista de Queluz vai recriar esse ambiente numa viagem até ao século XVIII e ao palácio que muitos chamam de “Versalhes português”. Durante quatro dias vamos poder assistir às diferentes formas de namorar, fazer um penteado à moda de então, saber dos últimos rumores e novidades da corte e aprender uma dança da época. Tudo isto na companhia de ilustres nobres, marqueses de longas cabeleiras ou marialvas com tricórnios emplumados.
Enquanto a Corte se entretinha no jardim, uma pequena multidão composta por criados, lacaios, cocheiros e povo das redondezas reunia-se no exterior do palácio para fazer a festa à sua maneira, com danças, música, malabarismos e vários divertimentos. Assim vai ser, novamente, mas agora todos vão estar mais próximos, pois o evento decorre inteiramente no largo do monumento.
A edição deste ano tem como tema os Jardins, como forma de celebrar a vitória do projecto de reabilitação do Jardim Botânico de Queluz, concluído em 2017, que recebeu o Prémio da União Europeia para o Património Cultural/Prémios Europa Nostra 2018, na categoria Conservação. Assim, vamos ver personagens relacionadas com os jardins e a sua construção, entre outras figuras daquele período. Já não veremos, infelizmente, as galinhas da Índia e Angola e outros animais que povoavam o jardim.
À entrada da feira vai ser montado um espaço com várias carroças e carros de bois com as espécies botânicas destinadas ao jardim, ferramentas de trabalho, assim como um painel com várias gravuras da Enciclopédia Diderot e D'Alembert relativas à construção de jardins e agricultura. “Este elemento cenográfico funcionará como espaço de transição entre a feira e o palácio e também como convite ao público a visitar os Jardins do Palácio Nacional de Queluz”, revela Carlos Coxo, da empresa Câmara dos Ofícios, que produz o evento, organizado pelo município de Sintra.
Cerca de 130 vendedores, vindos de todo o país e do estrangeiro, vão dar a conhecer os sabores e saberes das suas regiões naquela época, com destaque para as iguarias, conventuais ou não. Os visitantes, como sempre, hão-de ser muitos – 20 mil, estima a organização –, até porque a entrada é livre.