Como as mulheres, mas mais feios e mal vestidos

Como as mulheres, mas mais feios e mal vestidos
Fotografia: Tiago Canoso

Os homens envergaram vestidos que ficariam mal a qualquer mulher e saíram à rua para imitar e satirizar os gestos femininos mais vulgarizados. Terá sido em 1926 que surgiram as matrafonas, um dos ícones do Carnaval de Torres Vedras. Inicialmente eram homens do campo, com poucas posses, pelo que recorriam a roupas velhas das mulheres lá de casa.

Pelo menos desde esse ano que se cumpre a tradição, tão enraizada quanto uma outra ainda mais antiga, a chegada dos Reis do Carnaval. “Eram 10 horas e 17 minutos quando o comboio entrou na Estação. Sobem ao ar foguetes. A banda musical atroa aos ares com uma marcha real (…) na assistência há palmas e gargalhadas”.

A reportagem de ambiente pertence a algum observador desse tempo, do ano de 1923, que depois viu o Rei percorrer as ruas da vila, integrado num cortejo. A Rainha apareceu no ano seguinte, quando a animação de rua atingiu um nível nunca antes visto.

Hoje em dia vêm juntos e hão-de chegar à estação a 24 de Fevereiro, o primeiro dia de Carnaval, pelas 22:30. A festa já irá longa – começa manhã cedo, às 9:30, com o Corso Escolar – mas prossegue noite e madrugada fora, até às quatro da manhã, com a música dos Dj’s. A 25 e 26 de Fevereiro realizam-se os Corsos Nocturnos e Diurnos e no dia 27 cumpre-se a tradição do Baile de Máscaras, bem como o Corso Trapalhão e o Concurso de Matrafonas. Para o último dia está marcado o Corso Diurno – Tó’Candar, pelo centro da cidade, mas o Carnaval de Torres Vedras só acaba oficialmente a 1 de Março com o Enterro do Entrudo com fogo-de-artifício.