Exposição de pintura “todos os domingos se parecem”

Exposição de pintura “todos os domingos se parecem”
Fotografia: D.R.

“Resolvi mostrar a Pampilhosa da Serra de uma forma diferente, sem sair de casa, através dos objectos que se encontram no interior”. É desta forma que Ana Brito, Juíza Conselheira do Supremo Tribunal de Justiça, descreve a exposição “todos os domingos se parecem”, inaugurada no dia 6 nos Paços do Concelho, e que a autora decidiu, “propositadamente”, mostrar ao público pela primeira vez na sua terra natal.

Na mostra, encontram-se treze pinturas a acrílico sobre tela cartonada e sobre madeira, que transmitem uma bonita homenagem da autora à sua mãe e à sua Pampilhosa da Serra. “Todos os quadros foram pintados ao Domingo, durante os dois anos de pandemia em que fui companhia da minha mãe que por razões de saúde estava isolada em casa e a sua companhia era eu”, expressou Ana Brito, acrescentando que foi uma forma de a sua mãe “estar mais próxima da terra de onde afectivamente nunca saiu”.

A partir da representação da porta de casa, a única pintura de um objecto exterior, os visitantes são convidados a percorrer um “desfile” de objectos com os quais possivelmente também se identificarão, desde elementos de arte sacra, a outros elementos simbólicos de interior.

A série de pinturas, que se perspectiva mais extensa, foi “abruptamente interrompida” após a morte da mãe da autora, que até então tinha acompanhado todo o processo de criação das obras. “Reconhecia imediatamente os objectos e isso era uma espécie de legitimação da minha própria pintura”, enfatizou Ana Brito.

Apesar de considerar o seu vínculo à arte como a “relação de uma vida”, a autora apenas começou a pintar há “meia dúzia de anos”, num exercício de “libertação total” à margem da sua carreira judicial. “Resolvi começar a expressar o meu pensamento interior relacionado à arte, passei a precisar disto no sentido de encontrar aqui o meu equilíbrio profissional, concluiu Ana Brito.