Exposições de pintura na Árvore: Diana Costa e Victor Costa

Exposições de pintura na Árvore: Diana Costa e Victor Costa
Foto: DR

A exposição de pintura "Landscapes of Dream and Reality" de Diana Costa foi inaugurada no dia 6 de Julho na Cooperativa Árvore, no Porto. A autora convida o observador a explorar a intersecção entre o tangível e o sublime, onde cada obra representa um ponto de encontro entre o mundo real e as perceções subjetivas. Segundo Diana Costa, “o título da exposição reflecte esta dualidade intrínseca no meu trabalho, onde a realidade é o alicerce a partir do qual as camadas de sonho e imaginação são construídas e desconstruídas continuamente. Cada pintura desta série é uma tentativa de registar o mundo à minha volta, mas também as suas dimensões intangíveis — as memórias, os sentimentos e as histórias que moldam a nossa perceção da realidade. As obras como "Alice's Upside-Down Expedition" e "Tea Party with Alice" utilizam elementos conhecidos e narrativas icónicas para explorar temas de identidade e transformação. Através da combinação de acrílico e colagem, as pinturas ganham textura e profundidade, representando a complexidade da experiência humana.”

 

Em trabalhos como "Além das Linhas: Abraços que Redefinem Fronteiras" há uma clara intenção de desafiar e expandir os limites do visível, sugerindo um diálogo contínuo entre o que é e o que poderia ser. Este trabalho reflete uma investigação contínua sobre a plasticidade do visível, explorando as potencialidades estéticas e conceptuais da arte. As camadas de material e significado sobrepostas nos trabalhos criam uma narrativa visual rica e multifacetada, onde cada observador é convidado a encontrar a sua própria interpretação e conexão.

 

Esta exposição é uma viagem através de paisagens emocionais e psicológicas, onde cada trabalho serve como um portal para um mundo simultaneamente familiar e estranho. O observador é encorajado a refletir sobre a sua própria relação com a realidade e a sonhar com as possibilidades que se encontram além das suas fronteiras imediatas.

 

"Landscapes of Dream and Reality" é, portanto, uma celebração da comunicação entre o mundo real e o imaginário, sobre a capacidade da arte de transformar o real em algo extraordinário. São paisagens de sonho e realidade, com camadas de significado numa contínua evolução da expressão artística da autora.

 

BIOGRAFIA: Diana Costa

 

Nasceu no Porto, em 1979. Atualmente vive e trabalha em Lisboa. É licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto; mestre em Pintura pela Wimbledon School of Art, em Londres, e doutorada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Tem exposto regularmente em Portugal e no estrangeiro. Recebeu o 1.º Prémio de Pintura no BHF Bank-Londres, em 2002, e o 1.º Prémio na Bienal de Arte Jovem de Penafiel, em 2002. É professora universitária desde 2003, sendo atualmente professora auxiliar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

 

No dia 6 de Julho foi também inaugurada a Exposição de pintura “Percursos Urbanos”, de Victor Costa. Os trabalhos do artista plástico apresentados nesta exposição são obras recentes. Estes trabalhos acentuam as vertentes mais marcantes da sua produção artística, onde a exuberância cromática e a escala, juntamente com a revisitação de fases anteriores do seu trabalho, dominam o espaço expositivo.

 

"Aí por 2008, formas novas começaram a aparecer no trabalho de Victor Costa, dando origem ao que se encarou como um novo ciclo de pinturas e desenhos. A referencialidade dessas formas leva-nos até ambientes de periferia urbana, núcleos industriais, instalações portuárias, armazéns e entrepostos onde elementos pesados e materiais brutos se avolumam, sobrepostos, encaixados ou pousados lado a lado. Dos contentores do porto de Leixões às peças industriais e de construção, as formas que atraíram a atenção de Victor Costa, trazem em si a força e o poder da sua natureza de módulo e de molde. São formas de valor estrutural que se articulam como palavras numa frase, requerem uma determinada lógica de associação, formam padrões, instauram jogos de cheios e vazios, e de figura e fundo.

 

Haveria pretexto mais viável para um pintor que sempre explorou a construção da pintura, nas suas camadas, adições, transparências e decapagens? Deteta-se um elemento novo, mas percebe-se que ele foi ao encontro dos interesses do artista, porque esses correm subterraneamente e não se alteram com facilidade.

 

Os elementos plásticos que invadiram a sua pintura, entre geometrias e ritmos, correspondem a objectos existentes fora dela, já se disse. O pintor regista-os, fotografa-os, pára em frente a eles e fixa-os para, mais tarde, os integrar no seu trabalho. A dimensão estética funda-se na experiência e no vínculo com a vida.

 

Haveria motivo mais praticável para um pintor que sempre retirou da viagem aspectos destinados à sua obra, depois de essencializados e reconfigurados? Assinala-se um elemento novo, mas a deslocação do artista pelo território manteve-se no núcleo do seu processo." - Laura Castro (2014). A pintura e a construção do mundo. In 30 anos de Pintura (Catálogo de exposição). Galeria Municipal de Matosinhos.

 

BIOGRAFIA: Victor Costa

 

Nasceu em Guimarães, em 1944. Foi Professor da Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, Diretor do Centro de Arte de São João da Madeira, do Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory e Presidente do Lugar do Desenho - Fundação Júlio Resende. Expôs individualmente a partir dos anos 80, na Galeria Módulo, em Lisboa e no Porto; na Fundação Júlio Resende; na Fundação D. Luís I, em Cascais; na Galeria do Jornal de Notícias, no Porto, e do Diário de Notícias, em Lisboa; na Galeria São Mamede, Porto e Lisboa; na Galeria We Art, Aveiro; na Galeria Gomes Alves e Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães: na Galeria Municipal de Matosinhos e no Núcleo de Arte da Oliva Criative Factory, em São João da Madeira. Participou em diversas exposições coletivas no país e no estrangeiro, nomeadamente em Nova Iorque, Feiras Internacionais de Arte em Madrid, em Espanha e Basileia, na Suíça. Expôs no Luxemburgo, Goa, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Belém do Pará, Niterói, Museu de Belas-Artes de Santiago do Chile, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau e Egito. Está representado em várias instituições portuguesas e estrangeiras e tem obra pública de cerâmica, vitrais e tapeçaria.