'Encontro de Arte Participativa' acontece no CCVF
A Oficina junta-se à iniciativa PARTIS – Práticas Artísticas para a Inclusão Social da Fundação Calouste Gulbenkian para promover dois dias de conversas e espetáculos em volta do tema da Arte Participativa. Num período pós-pandémico e, sobretudo, num momento em que no mundo se registam fraturas políticas, sociais e culturais evidentes, importa debater – considerando a importância e a complexidade ética do trabalho artístico participativo – e acionar mecanismos de participação que efetivamente contribuam para a democratização do acesso à arte, para a (co)criação artística e, consequentemente, para a transformação social.
Este Encontro - Arte Participativa como lugar de transformação social decorre no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) a 30 de setembro e 1 de outubro, preenchendo vários espaços deste equipamento com momentos de reflexão que se centram e debruçam em matérias como as práticas de participação artística e da sua influência num envelhecimento ativo e também de fruição com o espetáculo de dança “Meio no Meio” de Victor Hugo Pontes e o documentário “Chegou a nossa vez” de Maria Remédio.
No próximo dia 30, sexta-feira, o Foyer do Grande Auditório do CCVF é espaço de agregação e convite a todos para duas conversas no âmbito deste Encontro promovido pel’A Oficina em associação com a iniciativa PARTIS da Fundação Calouste Gulbenkian. Às 10h30, o mote de debate, partilhas e contribuições é ‘Instituições Culturais e Instituições Sociais: olhares sobre práticas de participação artística’, num momento que conta com Hugo Cruz (Criador, Programador Cultural e Investigador), Luís Jerónimo (Fundação Calouste Gulbenkian), Ana Bragança e Ricardo Baptista (ondamarela) e a CERCIGUI - Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidades de Guimarães.
Da parte da tarde, às 15h30, no mesmo local, uma nova conversa aponta focos para as 'Práticas artísticas como forma de envelhecimento ativo', contando com as presenças de Francisco Neves (Educação e Mediação Cultural d’A Oficina), Caroline Bampa (Criadora, Mediadora e Gestora Cultural), ADCL - Associação para o Desenvolvimento das Comunidade Locais e Companhia Maior.
Ambas as conversas são de entrada gratuita até ao limite da lotação disponível.
Na noite deste dia (21h30), saltamos para “Meio no Meio” no Grande Auditório Francisca Abreu. Esta nova criação, com direção artística de Victor Hugo Pontes, reflete um processo de três anos com um grupo intergeracional proveniente de quatro territórios – Almada, Barreiro, Lisboa e Moita – ao qual se vieram juntar outros intérpretes profissionais, num trabalho que combina e retrata diferentes percursos artísticos.
Acompanhando a vida destes participantes ao longo desse tempo, e atravessados por uma pandemia, o espetáculo parte das ideias de percurso e de expetativa, de memória e autobiografia, e do movimento incessante de corpos levados ao limite por Victor Hugo Pontes. “Meio no Meio” usa a documentação e (auto)reflexão sobre cada uma das vidas retratadas em cena, para construir um mapa afetivo de memórias e possibilidades, fixadas no texto de Joana Craveiro. Tudo isto, ao som da música intensa, mas também intimista, guerreira e libertadora dos Throes + The Shine (Marco Castro e Igor Domingues), que era a música pedida por aqueles corpos, aqui interpretados por Alegria Gomes, Benedito José, Dúnia Semedo, Leopoldina Félix, Luís Nunes, Maria Augusta Ferreira, Mavatiku José, Nérida Rodrigues, Paulo Mota, Ricardo Cardoso Teixeira, Rolaisa Embaló, Sidolfi Katendi, Teresa D’Amaral, Valter Fernandes e Yana Suslovets.
Os ingressos para assistir a este espetáculo têm o custo de 2 euros, podendo ser adquiridos online em aoficina.pt ou presencialmente nas bilheteiras de espaços geridos pel’A Oficina como o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, o Centro Cultural Vila Flor, a Casa da Memória de Guimarães ou a Loja Oficina, bem como nas Lojas Fnac, El Corte Inglés, Worten.
Este Encontro termina no sábado (1 outubro) com a apresentação do documentário de Maria Remédio, que para além da realização assume também aqui o papel de câmara e montagem deste objeto artístico, a ser revelado às 16h00 no Pequeno Auditório, com entrada gratuita até ao limite da lotação da sala, sendo possível cada pessoa levantar até 2 bilhetes, no próprio dia, entre as 11h00 e as 15h45, na bilheteira do Palácio Vila Flor.
“Chegou a nossa vez” são jovens e adultos que moram em territórios à beira do Tejo, no lado sul e no lado norte: Barreiro, Moita, Marvila e Trafaria. Encontram-se no “Meio no Meio”, projeto da Artemrede com direção artística de Victor Hugo Pontes. Estão em diferentes fases das suas vidas, vivem tempos e escolhas diversas. Encontram-se no “Meio no Meio”. Desafiam-se através do teatro, das artes visuais, da dança, do hip-hop e do cinema. Encontram-se no “Meio no Meio”. Constroem alicerces durante confinamentos, máscaras e improvisos. Encontram-se no “Meio no Meio”. Superam-se. Tecem novas histórias carregadas de Futuro, juntos. Este documentário, filmado entre 2019 e 2021, conta com dezenas de participantes e é uma coprodução da Artemrede e da Nome Próprio, que acompanha o crescimento do projeto e das pessoas que o fizeram.
Após a apresentação deste documentário, é também possível acompanhar uma conversa informal com Victor Hugo Pontes e dois intérpretes do espetáculo "Meio no Meio" (no caso, Rolaisa Embaló e Luís Nunes).