Festival Fuso: 6 noites de videoarte nos jardins de Lisboa, de 27 de Agosto a 1 de Setembro
A 16.ª edição do Festival de Videoarte Internacional de Lisboa realiza-se no Museu Nacional de Arte Contemporânea, Palácio Sinel de Cordes, Palácio Galveias, Praça do Carvão do MAAT, Duplacena 77 e Museu da Marioneta.
O FUSO - Festival Internacional de Videoarte de Lisboa regressa aos jardins e claustros dos museus de Lisboa, para a sua 16.ª edição e volta a apresentar sessões de videoarte gratuitas programadas por artistas e curadores internacionais. De 27 de Agosto a 1 de Setembro, o público pode assistir a dezenas de obras de videoarte de artistas nacionais e estrangeiros, em espaços emblemáticos, como os jardins do Museu Nacional de Arte Contemporânea, do Palácio Sinel de Cordes e do Palácio Galveias, a Praça do Carvão do MAAT, o espaço Duplacena 77 e o claustro do Museu da Marioneta.
Resistência, mais uma vez: o tema do FUSO 2024
As experiências de guerra e de exílio, migração e deslocamento, lutas sociais, questões identitárias, urgência climática... são temas que emergem na arte numa época marcada pelo acirramento das desigualdades e dos embates geopolíticos, e pelo fortalecimento das práticas descoloniais.
Protesto, colaboração e coletividade, narrativas pessoais ou documental, testemunhos, sátira e provocação, empatia e solidariedade... são formas de resistência que os artistas desenvolvem perante estes grandes desafios. Entre murmúrios de esperança, fornecem orientações para compreendermos os acontecimentos contemporâneos.
O FUSO 2024, na sua 16.ª edição, mantém-se firme no seu compromisso em apresentar obras no campo da imagem em movimento que encorajam os espectadores a envolverem-se criticamente com o mundo que os cerca, reforçando a importância do vídeo como uma ferramenta para a reflexão e conscientização.
Para dar início ao festival, Isabel Nogueira, historiadora e crítica de arte, convida o público para uma conversa em torno do tema da 16ª edição do FUSO: Resistência, mais uma vez. Será no dia 27 de agosto, no espaço Duplacena 77, no Regueirão dos Anjos. Nesta mesma ocasião, dá-se a inauguração da Mostra Fuso Insular, com oito obras produzidas durante o programa de residência Laboratório Imagem em Movimento, nos Açores. São filmes que transitam entre territórios físicos e afetivos, com um olhar poético, mas também crítico da sociedade em que vivemos.
Quatro sessões curatoriais
O FUSO desafiou quatro artistas e curadores a desenhar a programação da 16.ª edição do Festival: Bruno Zgraggen (Suíça), Laila Hida (Marrocos), Lori Zippay (EUA) e Marie Voignier (França). Nas suas propostas, interrogam o modo de escrever histórias na História, com filmes que falam de descolonização, territórios ocupados, narrativas inventadas e compartilhadas, povos originários e da resistência na criação de identidade e de pertença. Antes das sessões, estão programadas conversas com os curadores, moderadas por Vítor Belanciano, em torno das obras exibidas.
A curadora francesa Marie Voignier programou para o dia 29 de agosto no jardim do MNAC uma sessão intitulada "… and elsewhere", uma selecção de quatro filmes da coleção do CNAP (Centre National des Arts Plastiques), de artistas mulheres provenientes do Médio Oriente. O planalto do Golan, Beirute, Argélia e a Palestina são os territórios visitados.
No dia 30 de Agosto é exibido, no Palácio Sinel de Cordes, o programa "A mera possibilidade de um futuro" proposto pela curadora marroquina Laila Hida, que fala da água e a sua representação política e poética. Por meio de vários géneros e formatos, usando material de arquivo, found footage, imagens reconstruídas e narrativas, os filmes mostram formas de gerar novas mitologias e imagens em torno da água, nas suas diversas formas, um dos mais importantes elementos para a sobrevivência das espécies.
O jardim do Palácio Galveias recebe pela primeira vez, no dia 31 de Agosto, uma sessão de videoarte do Festival FUSO. Bruno Zgraggen, curador na plataforma suíça Video Window, apresenta "From Rio de Janeiro into Amazonia and beyond", com três obras da dupla de artistas Dias & Riedweg (Brasil/Suíça), que estarão presentes na sessão para uma conversa. O programa atravessa algumas favelas no Rio de Janeiro para culminar em uma das maiores terras indígenas do Brasil: a reserva no Vale do Javari, na tripla fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, trazendo uma perspectiva da História, do início da era colonial até aos dias de hoje.
No dia 1 de Setembro, o Museu da Marioneta recebe a programação do último dia do festival desta 16.ª edição. A curadora norte-americana Lori Zippay (EUA), que regularmente marca presença no FUSO, programa o filme "Four More Years", de 1974, um documento de protesto da “televisão de guerrilha”, filmado a preto e branco pelo TVTV, um colectivo pioneiro de ativistas dos meios de comunicação social norte-americano. O documentário é uma visão iconoclasta do processo eleitoral americano, cuja cobertura de um programa de televisão resulta num jornalismo de difusão fascinante e pouco ortodoxo.
Oportunidade para a nova criação
O FUSO, em parceria com o Centro de Arte e Comunicação - Ar.Co, abre espaço para a promoção da nova criação nacional. A sessão organizada pelo Departamento de Cinema/Imagem em Movimento e intitulada "Expressões da distância" traz cinco trabalhos realizados ao longo do último ano lectivo. Esta sessão será apresentada na última noite do festival, no Museu da Marioneta.
Único concurso de videoarte em Portugal com atribuição de dois prémios
Além das sessões curatoriais, na noite de 28 de Agosto será apresentada na Praça do Carvão do MAAT a sessão OPEN CALL, composta por obras a concorrer ao Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT, escolha dos diretores artísticos do MAAT e do Fuso, e Prémio Incentivo Duplacena, resultante da escolha do público. Os vencedores serão conhecidos na noite de encerramento do Festival, a 1 de Setembro.
Para além de programar sessões de videoarte, o FUSO é também um lugar de convívio. O encontro diário entre curadores, artistas e o público, em locais emblemáticos de Lisboa, proporciona o estabelecimento de novas parcerias, gerando uma rede de conexões e colaborações.
O FUSO 2024, na sua 16ª edição, mantém-se firme no seu compromisso em apresentar obras no campo da imagem em movimento que encorajam os espectadores a envolverem-se criticamente com o mundo que os cerca, reforçando a importância do vídeo como uma ferramenta para a reflexão e consciencialização.
CALENDÁRIO
27 Agosto, 18h30 - Duplacena 77 (Regueirão dos Anjos)
CONVERSA com Isabel Nogueira, sobre o tema do FUSO 2024
MOSTRA FUSO INSULAR - seleção das obras criadas durante o Laboratório Imagem em Movimento.
(a Mostra de videoarte dos Açores ficará aberta ao público até 7 de Setembro, de quarta a sábado, das 17h às 20h)
28 Agosto, 22h - MAAT
OPEN CALL
Curadoria: Jean-François Chougnet e João Pinharanda
29 Agosto, 22h - Museu Nacional de Arte Contemporânea
… AND ELSEWHERE
Curadoria: Marie Voignier (França)
(sessão precedida por conversa da curadora com Vítor Belanciano)
30 Agosto, 22h - Palácio Sinel de Cordes
A MERA POSSIBILIDADE DE UM FUTURO
Curadoria: Laila Hida (Marrocos)
(sessão precedida por conversa da curadora com Vítor Belanciano)
31 Agosto, 22h - Palácio Galveias
FROM RIO DE JANEIRO INTO AMAZONIA AND BEYOND
Curadoria: Bruno Z’Graggen (VÍDEO WINDOW, Suíça)
(sessão precedida por conversa do curador com Vítor Belanciano, com a presença dos artistas)
1 Setembro, 22h - Museu da Marioneta
TVTV: FOUR MORE YEARS - sessão histórica
Curadoria: Lori Zippay (EUA)
EXPRESSÕES DA DISTÂNCIA
Curadoria: Departamento de Cinema/Imagem em Movimento do Ar.Co
ANÚNCIO VENCEDORES OPEN CALL
O FUSO - festival internacional de videoarte de Lisboa é uma produção Duplacena/Horta Seca, financiado por República Portuguesa - Cultura, Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal de Lisboa, the Swiss Arts Council Pro Helvetia e Institut Français Portugal no âmbito do programa MaisFrança, com apoio da Fundação EDP/MAAT e parceria institucional da EGEAC.
O FUSO está inserido no programa Lisboa na Rua 2024, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da EGEAC.