Jazz no Parque regressa ao Município do Barreiro
A terceira edição do Festival Jazz no Parque está de volta e vai decorrer entre 30 de Junho e 2 de Julho, com um cartaz de luxo, que inclui alguns dos grandes nomes do jazz nacional e internacional. Desde os Ignition, a Shai Maestro Quartet, à Escola de Jazz do Barreiro, Do Acaso, Ricardo Pinheiro Quinteto feat. Chris Cheek, Mark Turner Quartet, Academia de Jazz “Os Franceses”, João Mortágua Math Trio feat. Tomás Marques, até Fred Hersch Trio.
É um festival organizado pelo Município do Barreiro com Curadoria de Jorge Moniz que decorre num cenário idílico no Parque da Cidade do Barreiro, com entrada gratuita.
No dia 30 de Junho, às 22h, o Festival começa com o concerto dos Ignition, grupo constituído por Paulo Bernardino (clarinete baixo), Manuel Rocha (guitarra), Tomás Marques (EWI) e Joel Silva (bateria). Quatro músicos provenientes de carreiras cimentadas a nível nacional e internacional, unem-se num projecto para interpretar música de sua autoria repleta de influências de vários estilos musicais, desde o Jazz ao Rock, passando pelos ritmos vivos do World Music, pela energia da música Funk, incluindo também a espontaneidade do Free Jazz. Este colectivo abraça todos estes estilos de uma forma orgânica, através de uma simbiose elegante entre os efeitos electrónicos e os sons acústicos dos seus instrumentos proporcionando uma autêntica viagem sonora.
No mesmo dia, às 23h30, é a vez de Shai Maestro Quartet (Shai Maestro (piano), Philip Dizack (trompete), Jorge Roeder (contrabaixo) e Ofri Nehemya (bateria).
Shai Maestro (1987) é um dos pianistas mais talentosos da sua geração. Desde a estreia com o seu próprio trio em 2011, o músico construiu uma forte e única identidade pessoal que se revela através de uma incrível fluidez musical, tornando-o num dos artistas mais surpreendentes e consistentes do jazz actual. É uma das principais referências para as novas gerações do jazz mundial. O quarteto vem ao Jazz no Parque apresentar o álbum “Human”, editado em 2021 pela editora alemã ECM.
No dia 1 de Julho, às 17h00 actua a Escola de Jazz do Barreiro, e às 18h30 será a vez do concerto do colectivo Do Acaso - Joana Raquel (voz), Sofia Sá (voz), Pedro Matos (saxofone tenor), Hugo Silva (trompete), André Ramalhais (trombone), Tiago Baptista (vibrafone), Catarina Rodrigues (teclas, sintetizador e voz), Miguel Meirinhos (piano), Sara Santos Ribeiro (contrabaixo), Zé Stark (bateria), Jan Wiezba (direção), Rui Spranger (ator/diseur).
É dos grupos mais originais no jazz nacional no momento. O disco de estreia surgiu pela Porta-Jazz e o projecto foi considerado como uma das grandes surpresas do ano pela Jazz.Pt como “mais uma pérola da editora nortenha”. Liderado pela contrabaixista Sara Santos Ribeiro, o colectivo pretende estabelecer uma ponte entre a música e a literatura, segundo um “exercício neo-surreal de materializar “os sonhos da humanidade que dorme” (...) imaginemos que a humanidade é uma pessoa que dorme. Imaginemos que nos seus sonhos os movimentos sociais dançam numa libertação explicita das suas vontades. Imaginemos que colocamos isso em palco, acessível aos olhos de todos.»
Às 22h começa o concerto de Ricardo Pinheiro Quinteto feat. Chris Cheek). Ricardo Pinheiro convida o saxofonista norte-americano Chris Cheek para este concerto com uma verdadeira “All-stars band” com o pianista Mário Laginha, Michael Formarek e Alexandre Frazão. O quinteto irá interpretar tanto repertório original como obras conhecidas do jazz especialmente arranjados para este concerto. A improvisação e o diálogo colectivo irão conduzir os músicos a paisagens musicais surpreendentes.
O dia 1 de Julho termina às 23h30 com Mark Turner Quartet, que vai apresentar o álbum “Return from the Stars” (Mark Turner - saxofone tenor, Jason Palmer – trompete, Joe Martin – contrabaixo, Jonathan Pinson – bateria). A escrita de Mark Turner traduz-se num verdadeiro ato de libertação que se espelha no emocionante e expressivo álbum “Return from the Stars” (título inspirado na escrita ficcional do polaco Stanislav Lem). Os solos fluem organicamente muito para além dos arranjos e, sob a interacção muitas vezes deslumbrante do tenor de Turner e do trompete de Jason Palmer, a secção rítmica de Joe Martin e Jonathan Pinson vagueia livremente. Presença frequente na ECM em contextos como o Billy Hart Quartet, o trio Fly ou numa dupla com Ethan Iverson, “Return from the Stars” é o seu primeiro álbum em quarteto desde “Lathe of Heaven” (2014), e um documento essencial na compreensão do seu pensamento conceptual como “bandleader”.
No dia 2 de Julho o Festival continua às 16h30 com a actuação da Academia de Jazz “Os Franceses”.
Às 18h será a vez do concerto de João Mortágua Math Trio feat. Tomás Marques (João Mortágua – saxofones, Tomás Marques - sax alto, Diogo Dinis – contrabaixo, Pedro Vasconcelos – bateria).
João Mortágua é um saxofonista, compositor e improvisador radicado em Coimbra, Portugal. Com seis álbuns de música original até ao momento, Mortágua grava e toca regularmente com alguns dos melhores músicos portugueses. Em 2017, foi premiado “Músico de Jazz do Ano” pela televisão nacional. O seu álbum "Dentro da Janela" ganhou a categoria de “Melhor Álbum de Jazz 2019” nos Portuguese Music Play Awards. Recentemente, lançou o álbum de estreia "Math Trio" para a etiqueta Roda Music, que se apresenta no Jazz no Parque deste ano, tendo como convidado especial o também saxofonista Tomás Marques. Neste projecto explora os recantos do seu vasto imaginário musical, partindo de ideias e ostinatos que se desenrolam numa toada epopeica. Música rítmica, lírica, dançante, expressiva e enérgica.
Jazz no Parque termina com o concerto de Fred Hersch Trio, às 19h30 (Fred Hersch – piano, Drew Gress – baixo, Joey Baron – bateria). Nomeado quinze vezes para os Grammy, Hersch recebe regularmente os prémios mais prestigiados do jazz, incluindo distinções recentes como Doris Duke Artist de 2016, Pianista de Jazz do Ano de 2016 e 2018 da Associação de Jornalistas de Jazz, e o Prix Honorem de Jazz de 2017 da L' Acádemie Charles Cros pela sua carreira. Recentemente, ficou em segundo lugar no ranking de Músico de Jazz do Ano na DownBeat Critics Poll de 2021 tendo sido nomeado o terceiro pianista de jazz. Foi também homenageado como Artista Internacional de Jazz do Ano de 2021 pela Jazz Magazine (França). Apresenta-se com o contrabaixista Drew Gress e o baterista Joey Baron.