Músicas do Mundo estão de volta a Sines e a Porto Covo
A cidade de Sines e a aldeia de Porto Covo recebem, entre 22 e 29 de Julho, a 23.ª edição do FMM Sines - Festival Músicas do Mundo, com 42 concertos de músicos de quatro continentes. De 22 a 24 de Julho, o festival está sedeado na aldeia de Porto Covo. No dia 25, transita para a cidade de Sines, onde permanece até ao dia 29.
Vencedor da categoria Melhor Programa Cultural nos últimos Iberian Festival Awards, o FMM Sines volta a ser em 2023 uma mostra do que de melhor se faz no mundo nas mais variadas expressões da música popular, cruzando estilos e gerações.
Nesta edição, estão representados músicos de 27 países: Arménia, Brasil, Cabo Verde, Coreia do Sul, Cuba, Espanha, Estónia, França, Gana, Guiné-Bissau, Jamaica, Líbano, Malawi, Mali, Marrocos, México, Moçambique, Nigéria, Paquistão, Portugal, Reino Unido, Rep. Dem. Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Síria, Sudão e Venezuela.
Das Américas, o festival será palco de quatro concertos de músicos brasileiros (Céu, Chico César, Gilsons e Orquestra Maré do Amanhã) e de duas das maiores vozes do México: a consagrada Lila Downs e a revelação Silvana Estrada. Cuba é representada por Cimafunk e a música da Jamaica pelo colectivo Inna de Yard e pelo cantautor Brushy One String.
África terá um ano forte no FMM Sines, com 15 concertos. Da zona mais a norte do continente chegam os franco-marroquinos Bab L'Bluz e a banda tuaregue que tornou os blues do deserto um fenómeno global, Tinariwen. Do Mali, vêm a cantora Rokia Koné e a banda Bamba Wassoulou Groove. Também da África Ocidental, chegam o senegalês Lass, os ganeses Alogte Oho & His Sounds of Joy e uma das maiores artistas do continente, a nigeriana Nneka. O coração de África está representado pelo grupo congolês Kin'Gongolo Kiniata e pela Madalitso Band, que faz a estreia do Malawi no festival.
Três grupos lendários dos países africanos onde se falam português – Os Tubarões (Cabo Verde), África Negra (São Tomé e Príncipe) e Ghorwane (Moçambique) - também vêm ao FMM Sines este ano.
Uma menção especial para a Guiné-Bissau, que terá em 2023 a sua maior delegação em Sines, com Tabanka Djaz, Eneida Marta e mais uma banda histórica, Super Mama Djombo.
Portugal surge em 2023, de novo, em registo amplo, começando pelo jazz de Maria João & Carlos Bica Quarteto, que concretizam finalmente o encontro em Sines que a pandemia adiou. A música instrumental é trazida pelo Tó Trips Trio e pelos Expresso Transatlântico e a nova geração de cantautoras por A garota não, Rita Vian e Rita Braga.
Ainda de Portugal, estreia-se uma das maiores vozes do fado, Carminho, e teremos também o artista B Fachada e uma homenagem à viola-campaniça, por RAIA.
O contingente europeu do festival inclui o "agitador folclórico" espanhol Rodrigo Cuevas, a música psicadélica dos franceses Brama, o piano viajante da franco-venezuelana La Chica, os ambientes folk da estónia Mari Kalkun e um clássico dos cruzamentos do punk com o ska, os britânicos The Selecter.
Do mundo árabe e Médio Oriente, estreia-se a dupla sírio-libanesa Bedouin Burger e regressa o grupo Al-Qasar, num encontro com a artista sudanesa Alsarah.
Há também lugar para a festa do qawwali paquistanês, em fusão com sons árabes, no projecto Alright Mela Meets Santoo.
O grupo que vem de mais longe é Leenalchi, com uma visão rock de património imaterial sul-coreano.
Além dos concertos, o FMM Sines 2023 oferece um programa de iniciativas paralelas.
A primeira componente das iniciativas paralelas a iniciar-se são as actividades de divulgação científica por investigadores do CIEMAR e do MARE, que levam o público a conhecer a zona entremarés do concelho.
Na reflexão, o programa de paralelas deste ano inclui três conversas. Na primeira, a cantora Selma Uamusse, a actriz Marta Félix e a escritora Susana Moreira Marques, com moderação de Marta Lança, debatem o tema "Mulheres Artistas e Maternidade". Na segunda, Lucy Durán fala sobre investigação colaborativa e produção ética no estúdio com artistas da África Ocidental. Na terceira, Rui Miguel Abreu e a DJ Sandra Baldé discutem o livro "Música Negra", de LeRoi Jones (Amiri Baraka).
Para as crianças, realizam-se os habituais ateliês infantis com músicos do festival, uma sessão de música para bebés (com Vera Tavares e Nuno Amaral) e actividades cujo público-alvo se estende às famílias e ao público em geral: as visitas aos bastidores do festival (O Outro FMM), uma oficina para ensinar a criar uma forma diferente de narrar contos ("Sussurradores", por Cláudia Fonseca), o espectáculo "Ele Tem Uma Guitarra e Eu Não Tenho Nada", pelos Estupendo Inuendo, e as actividades do grupo Depois da Cinco em torno do Cordel nordestino.
A Fundação Inatel anima as ruas do centro histórico em redor do Castelo e Av. Vasco da Gama com a música e performances dos grupos South River Jazz Band, Banda às Riscas, Gigabombos e Cabeçudos do Imaginário e Al Fanfare.
A Capela da Misericórdia e o Centro Cultural Emmerico Nunes acolhem a Feira do Disco, do Livro e do Cartaz e, este ano, também o espaço de Merchandising do FMM Sines.
No Centro de Artes está patente a exposição "Múltiplo de Múltiplo", de Pedro Gomes, que indaga a problemática em torno de duas disciplinas: Arte e Arquitectura.
Quanto às entradas, nesta edição, apenas são pagos os concertos nocturnos, ou seja, a partir das 21h00, realizados no Castelo, de 26 a 29 de Julho. Os bilhetes estão à venda no Centro de Artes de Sines até dia 22 e na bilheteira do recinto, na Praça Tomás Ribeiro, a partir de dia 24.
Todos os concertos em Porto Covo, na Avenida Vasco da Gama e no Pátio da Artes, e também os concertos das 18h00 no Castelo, são de entrada livre. O FMM Sines é uma organização da Câmara Municipal de Sines. A Fundação Inatel é o parceiro principal e a Galp é o patrocinador principal.