Ópera Real, “Repetição do Fim do Mundo” no dia 19 de Maio

Ópera Real, “Repetição do Fim do Mundo” no dia 19 de Maio
Fotografia: D.R.

Por motivos de contingência do elenco, a estreia do espectáculo Ópera Real – “Repetição do Fim do Mundo”, inicialmente agendada para o dia 20 de Maio, às 21h30, no Grande Auditório, vai realizar-se no dia 19 de Maio, às 21h30, no mesmo espaço.

Ópera Real – “Repetição do Fim do Mundo” é uma produção do Estúdio de Ópera da ESMAE, com libreto de Jorge Louraço e Música de Telmo Marques (I Ato), Eugénio Amorim (II Ato), Carlos Azevedo (III Ato) e Dimitris Andrikopoulos (IV Ato)

Esta Ópera foi pensada para juntar no mesmo palco estudantes dos cursos de teatro e de música da ESMAE. Daí o enredo melodramático que opõe dois ramos da mesma família, de um lado os Ricci, ou Ricardo, linhagem de cantores, do outro os Enxovia, ou Paupério, clã de actores. Durante 4 actos, com saltos temporais de exactos 111 anos, acompanhamos as mortes e os nascimentos de membros desta grande família e perdemo-nos no labirinto de parentescos e laços de consanguinidade catastróficos do clã desavindo. O teatro é destruído em cada um dos actos: no I acto, em 1755, por um terremoto; no II, em 1866, por um incêndio; no III, em 1977, pela transformação em cinema de filmes pornográficos; e no IV, em 2088, pela transformação em campo de refugiados. Ficamos então a saber que, devido ao incumprimento de um pacto com o diabo, todo e qualquer membro da família que ponha o pé num palco está destinado a causar a destruição do teatro e, à sua escala, a repetir o fim do mundo. Nos três primeiros actos, o libreto tenta brincar com a história comum do teatro, da música e da ópera; no último, com o espaço cénico transformado num campo de refugiados que poderia ser na Ucrânia, na Síria, numa das costas do Canal da Mancha, em Melilla ou em Odemira, as coisas ficam aparentemente mais sérias. Se não acabou já, o mundo vai mesmo acabar já a seguir, as vezes que for preciso.