Enoturismo - Provesende, concelho de Sabrosa

Enoturismo - Provesende, concelho de Sabrosa
Fotografia: Município de Sabrosa

E eis que chegamos a uma das povoações mais antigas do reino de Portugal. Provesende foi sede de uma comunidade beneditina à qual Dom Afonso Henriques  coutou  a povoação no ano de 1140. Os pouco mais de 300 habitantes têm a sorte de viver numa terra pequena mas cheia de história e motivos de interesse.

A Casa da Senhora Branca, pertencente ao bisneto do navegador português Diogo Cão, é um desses atractivos – é apenas uma do conjunto de 11 casas nobres e solares que aqui encontramos. Foram quase todas construídas no século XVII, quando em Provesende se instalaram várias famílias nobres e numa época de grande desenvolvimento económico associado à cultura vinícola. Foi aqui que, dois séculos depois, o viticultor Joaquim Pereira começou a combater a filoxera, praga que quase destruiu a cultura do vinho do Porto.

O templo do Senhor Jesus de Santa Marinha, o cemitério luso-romano e as muralhas do castro de S. Domingos são outros pontos que merecem uma visita nesta localidade.

Uma pausa na viagem. Já conhecemos três Aldeias Vinhateiras e em cada uma descobrimos histórias riquíssimas, patrimónios de fazer inveja a algumas vilas e cidades, bem como tradições que fazem destas localidades recônditas espaços únicos. No entanto, as três continuam a sofrer de um problema que vem dos anos 60, o despovoamento, e nem a criação da rede das Aldeias Vinhateiras, em 20011, alterou a situação.

O projecto apresentado nesse ano tinha como objectivo reabilitar social e economicamente estas terras, fomentar a cultura popular e promover o turismo na região do Douro. Havia 12,5 milhões de euros para investir na recuperação de espaços públicos e em quase 500 casas. A rede pretendia ainda incentivar cerca de 300 residentes a iniciarem pequenos negócios turísticos e apostar na realização de festivais para animar as povoações e atrair pessoas.

No entanto, com o passar dos anos foi faltando dinheiro para a animação e a expectativa inicial desvaneceu-se. O número de visitantes aumentou, de facto, mas as três freguesias – e as restantes três que vamos conhecer de seguida – continuaram a perder habitantes. O problema é assumido por diversas pessoas e entidades, a começar pela Associação de Desenvolvimento das Aldeias Vinhateiras, entretanto constituída. O presidente, Carlos Carvalho, admite que é preciso requalificar as pessoas, promover e internacionalizar o potencial turístico das aldeias.