Um território com História

Um território com História
Fotografia: Montanhas Mágicas

O Homem ocupa este território desde tempos imemoriais, algo que pode ser comprovado pelas gravuras rupestres, descobertas em vários municípios, e pelos monumentos megalíticos (antas e dólmens), que nos permitem conhecer os rituais fúnebres dos nossos antepassados. As gravuras do Outeiro dos Riscos, a Anta da Cerqueira, a Mamoa da Portela da Anta e a Sepultura do Rei são alguns dos melhores exemplos. Depois dos povos castrejos chegaram os romanos, que aqui construíram pontes e estradas , nas quais colocaram marcos miliários para indicar as distâncias. Este povo descobriu, ainda, as propriedades curativas das águas termais de São Pedro do Sul, pelas quais haveria de passar o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, para recuperar de uma fractura sofrida na batalha de Badajoz, em 1169.

Por essa altura já tinha sido construído o Mosteiro de Arouca, um dos mais belos do país, onde viveu e está sepultada Mafalda, neta do rei Conquistador. Neste Mosteiro, como noutros templos, foram confeccionados os famosos doces conventuais de Arouca: as castanhas doces, barrigas de freira, roscas e charutos de amêndoa, entre outros. O mosteiro tem um Museu de Arte Sacra, um dos melhores da Península Ibérica, que guarda vários objectos de culto e peças raríssimas de escultura, pintura, tapeçaria e ourivesaria.

Estamos perante uma magnífica herança da época medieval, da qual encontramos diversos testemunhos à medida que percorremos as Montanhas Mágicas. Em Cinfães, Castelo de Paiva, Castro Daire e Arouca deparamo-nos com diversos monumentos românicos, como templos, memoriais e torres sineiras. Por todo o lado se ouvem as lendas de cavaleiros cristãos que se apaixonaram por belas mouras de olhos negros.

Passaram-se séculos, milénios, construíram-se ricos solares, imponentes casas senhoriais, santuários e calvários, igrejas e capelas, muitas delas hoje classificadas como Monumentos de Interesse Público e, em menor número, Monumentos Nacionais. Já em pleno século XX os habitantes das Montanhas Mágicas viram uma nova oportunidade de trabalho: era a corrida ao volfrâmio, minério usado no fabrico de armas durante as duas guerras mundiais. As minas de Regoufe, Rio de Frades, Chãs, Moimenta e Fraga da Venda guardam sinais dessa época. O território é habitado, atualmente, por cerca de 127 mil pessoas que se dedicam, essencialmente, à Indústria e aos serviços. Contudo, ainda há uma forte ligação à agricultura, à silvicultura e à pastorícia. As ótimas condições que este território possui para o desenvolvimento da agricultura tem contribuído para o surgimento de novas empresas ligadas à produção de chás e ervas aromáticas, mirtilos e frutos vermelhos.