Arte Petrykivka

Arte Petrykivka
Fotografia: Revista Descla

A arte ocupa lugar, mesmo que pequeno, na vida de todos nós. Para muitos é uma forma de exprimir emoções e testar a criatividade, para outros é uma forma de passar o tempo ou aproveitar o tempo vago. Existem inúmeras expressões de arte e é na diversidade que se definem os artistas. Citando a escritora Rainbow Rowell, “a arte não é suposto ser bonita, é suposto fazer-te sentir algo”.

E foi nesta onda artística que a DESCLA foi conhecer Ângela Guchko, natural de Dnipro na Ucrânia, mas actualmente residente em Portugal. Ângela mantém viva a beleza e tradição da arte Petrykivka Ucraniana, uma arte de pintura decorativa, reconhecida pelos desenhos florais, estilo folclórico e também ornamental. Este estilo artístico foi nomeado em homenagem à aldeia de Petrykivka, pois segundo a tradição, foi onde surgiu este estilo artístico durante o século XVIII.

“A arte sempre esteve presente na minha vida, desde pequena que sempre fui curiosa e gostava de fazer diversas coisas, mas só há um ano é que estou 100% focada na área e posso dizer que é a minha profissão”, conta-nos Ângela. Quando questionada sobre o que a levou a começar, a artista confidencia-nos que sempre manifestou uma grande admiração pela vida dos artistas, “pela possibilidade que eles têm de fazer o que amam, ter liberdade e independência”, e um pouco de coragem e inspiração são suficientes para a realização de um sonho de criança.

Nas peças de Ângela podemos encontrar pinturas feitas a óleo, onde são ilustrados padrões florais, padrões geométricos, representação de animais e de cenas domésticas e ainda símbolos culturais Ucranianos, estando assim perante uma pintura ornamental decorativa com características que reflectem a cultura ucraniana, tal como dita a tradição Petrykivka. Para além das telas, também pinta t-shirts, tote bags, pratos, pequenas pedras e ainda faz bonecos de pano. Segundo Ângela ainda existem muitos entusiastas que apoiam a arte “muitas pessoas admiram a arte e muitos querem ter algo em sua casa”, pelo que a artista realiza ainda trabalhos personalizados de acordo com o que é pedido pelos seus clientes.

A arte é criada para ser vista, e a inspiração surge das mais variadas maneiras. A artista participa em várias feiras onde expõe e vende as suas obras. As pessoas vão parando, tiram fotografias, ficam a admirar as obras. Pintar é dar forma a emoções, sentimentos, e certamente quem observa essas obras, sentirá algo destinto, mas sempre fenomenal, e quem sabe não se inspirem também e dêem asas à imaginação.

“A toda a hora surgem-me ideias de novos projectos que quero experimentar, coisas novas para fazer, por isso estou sempre curiosa de ver o resultado”, na arte, tal como na vida, vivemos na base da “tentativa erro”, nem sempre o artista irá criar algo que o satisfaça ou que acha bom o suficiente, ou pelo contrário, por vezes a obra pode ultrapassar as expectativas iniciais. O importante é criar e dar forma ao que outrora foi imaginado.

Ângela já conta com a sobrinha para a ajudar na emancipação e preservação desta arte. Um legado que se une pela criatividade e talvez pela dita “veia artística”.