Campismo recupera da crise
Mais de 300 dias de sol por ano, clima tendencialmente temperado, primaveras e outonos amenos e invernos relativamente suaves. Apesar de algumas diferenças locais, Portugal é um dos melhores países para a prática do campismo e do caravanismo, um negócio à partida mais resistente à crise financeira, mas que também sofreu uma quebra em anos recentes. “As dificuldades financeiras que vêm afetando as popu- lações nos países europeus, sobretudo as que sofrem com as altas taxas de desemprego, refletiram-se também na hotelaria de ar livre”, refere a diretora da Orbitur, o maior grupo de parques de campismo em Portugal, Beatriz Santos.
A responsável lembra que isso acontece “independentemente de este ser ou não um setor de maior acessibilidade económica” e apesar do forte apelo a “práticas de uma vida saudável ao ar livre e do incremento das tendências pelo contacto com a natureza”, que se traduzem, por exemplo, nos “fluxos crescentes com origem nos mercados de economias ditas mais fortes ou mais estáveis”.
Depois de três anos de quebra da procura, entre 2012 e 2014, a atividade da Orbitur tem vindo a recuperar desde 2015. “2016 revelou-se um excelente ano, sobretudo com um forte incremento da procura por parte de franceses, alemães e espanhóis, para além de uma recuperação, um pouco mais tímida, da procura interna”, sublinha Beatriz Santos.
As condições climáticas favoráveis também contribuíram para esta viragem, nota a responsável, adiantando que a situação atual está ao nível dos melhores anos, com uma “forte recuperação” do número de dormidas e do volume de negócios. Em 2016, os parques Orbitur registaram mais de 350.000 pessoas e mais de um milhão de dormidas, revela o grupo.
A diretora da Orbitur antecipa 2017 como um ano de maior procura externa e de revigoramento da procura interna. “Tudo indica que será um excelente ano para a atividade turística em geral e com impactos positivos no campismo e caravanismo”, adianta Beatriz Santos.