Em ano atribulado, a 17ª edição do IndieLisboa foi um êxito

Em ano atribulado, a 17ª edição do IndieLisboa foi um êxito
Talvez a edição mais atípica na história do IndieLisboa – Festival Internacional de Cinema de Lisboa, que aconteceu entre 25 de Agosto e 5 de Setembro, recebeu este ano até ao momento cerca de 17.000 espectadores em sala, com um aumento das taxas de ocupação das salas, sendo de relembrar que estas salas estavam reduzidas a 50% de público, e foram concretizadas menos sessões do que as habituais. Houve também cinema ao ar livre no Capitólio e na esplanada da Cinemateca, que se revelou uma boa aposta para as noites quentes de Verão e para aproximar muitos espectadores receosos de voltar a uma sala de cinema.
 
O festival terminou no dia 11 de Setembro, após a exibição dos filmes premiados no Cinema Ideal e a conclusão da exibição das Retrospectivas Ousmane Sembène e 50 Anos do Forum Berlinale na Cinemateca Portuguesa.
Foram exibidos 245 filmes em 185 sessões, e dentro das quais 36 esgotaram.
 
Destaque para as sessões de programação nacional – em especial, o filme de Catarina Vasconcelos, A Metamorfose dos Pássaros, que esgotou a sala do Cinema São Jorge ainda antes do arranque do festival, O Fim do Mundo, de Basil da Cunha que viria a vencer a Competição Nacional, A Arte de Morrer Longe de Júlio Alves (que esgotou uma sessão e quase esgotou a segunda) - e as sessões de curtas-metragens nacionais, que esgotaram na sua maioria. No campo internacional, é de salientar as sessões esgotadas de Todos os Mortos de Caetano Gotardo e Marco Dutra (que viriam a vencer a secção Silvestre) ou White Riot, de Rubika Shah, que viria a vencer também a secção IndieMusic. As sessões da Competição Internacional de Curtas Metragens foram responsáveis por sessões esgotadas, assim como a Retrospectiva Ousmane Sembène que conseguiu esgotar todas as suas sessões na Esplanada da Cinemateca Portuguesa.
 
Devido às novas datas do festival, com as escolas ainda fechadas, não foi possível concretizar as sessões organizadas pelo serviço educativo do festival. Na impossibilidade de manter o calendário devido a férias escolares, as sessões Cineclube e o programa escolar da secção infantil IndieJúnior, que trazem sempre consigo uma grande parcela do público mais jovem ao festival todos os anos, irão acontecer de 6 a 16 de Outubro, nas salas do Cinema Ideal e da Cinemateca Júnior, encontrando-se abertas as inscrições para escolas e professores.
De salientar, contudo, que embora não havendo a componente escolas, houve uma boa adesão das famílias ao festival e ao cinema para os mais pequenos continuou este ano, destacando-se o Dia da Família e a sessão-debate “Quando a identidade de género não coincide com o género que foi atribuído à nascença”. Foram transmitidos online, na plataforma Festival Scope Pro, as três actividades de indústria, da qual se destaca a forte adesão às Lisbon Screenings que registou, pela primeira vez, mais de uma centena de convidados pelo mundo fora. Ainda através de plataforma online foram realizadas as LisbonTalks (apenas uma decorreu de forma presencial, na Cinemateca Portuguesa) e as Directors Talks, com a presença dos realizadores do festival.
O IndieLisboa estará de regresso em 2021, com uma nova selecção de filmes de produção nacional e internacional. Entre 29 de Abril a 9 de Maio, o cinema voltará à cidade de Lisboa e a ser um ponto de partida para o diálogo, a celebração e mais uma vez, um ponto de encontro para todos os que através do cinema vivem.