Estreia de “TAKE MY BREATH AWAY” convida-nos a reflectir sobre a Europa
A Europa está em colapso. Um casal de apresentadores de televisão fala em directo com pessoas de vários países europeus à procura de respostas para perguntas que se perdem no livro de estilo das instituições. Também eles estão à beira do colapso. À espera de algo que os faça acreditar na Europa.
“Take My Breath Away” é o título de uma música dos norte americanos Berlin. Por acaso, nome de uma cidade símbolo europeia pelo seu passado, mas também como sinal de esperança para um novo modelo de comunidade de futuro. Esta música fazia parte da banda sonora de Top Gun, filme difundido globalmente numa lógica de influência cultural americana.
“Quando pensamos na Europa, pensamos que precisa de algo que nos tire o fôlego, que saia do discurso formatado, pouco apaixonante e do politicamente correcto, indo ao encontro dos sonhos e esperanças dos europeus. Também estamos cientes que a "respiração" é algo muito delicado se evocarmos George Floyd, as travessias náuticas, ou o ambiente tóxico”, refere a associação Ritual de Domingo, reforçando que “o título do projecto é provocatório quando se trata de coisas sérias como a emigração, o tratamento de refugiados, a ascensão do autoritarismo, as questões recentes sobre o Covid-19 e os negacionistas, os reforços recentes do orçamento da UE, os direitos LGBT, ... Ou mesmo quando o discurso da Europa não consegue uma identificação junto das pessoas”.
Neste projecto aborda-se o respeito pelos direitos humanos dos cidadãos e das minorias étnicas, mas também o surgimento de movimentos mais extremados que ameaçam o funcionamento democrático. A própria relação dos apresentadores “provoca uma outra camada de interpretação sobre as relações humanas nestes tempos de pandemia (ou pós- pandemia): A relação entre Homem e Mulher na ressaca dos movimentos #MeToo, e todas as questões importantes que que se colocam sobre a igualdade de género”.
São estes temas que o casal de apresentadores de televisão traz a palco, entrevistando pessoas, ao mesmo tempo que o sistema vai falhando, a tradução não funciona e os apresentadores acusam o cansaço do seu próprio discurso.
A interpretação fica a cargo de Célia Fechas, Tiago Sarmento e António Barbosa, intérpretes de grande experiência, num trabalho que conta ainda com a participação do videasta Tomás Pereira.
A peça é apresentada no dia 24 de Fevereiro, às 14h00, para turmas do ensino Secundário, Profissional e Superior, e apresentada no dia 25 de Fevereiro, às 21h00, para público em geral. Os bilhetes para a sessão de público geral podem ser adquiridos na bilheteira física e site do Teatro Viriato, ou na BOL.