Feira Nacional do Mirtilo 2025: Sever do Vouga celebra o fruto
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Sever do Vouga, localizado na região centro de Portugal, voltou a destacar-se como epicentro da produção nacional de mirtilos ao acolher, entre os dias 27 e 29 de junho de 2025, a 17° edição da Feira Nacional do Mirtilo. O evento, promovido pelo Município, reafirmou-se como um importante palco da valorização agrícola, promoção do território e dinamização económica, reafirmando a imagem do conselho como referência nacional da produção dos pequenos frutos.
A edição deste ano reuniu mais de 100 expositores, integrando produtores, empresas, agentes turísticos e culturais, num ambiente que uniu tradição, inovação e identidade local. A forte adesão dos visitantes e a diversidade de iniciativas organizadas comprovaram, mais uma vez, a relevância deste evento.
A cultura do mirtilo foi introduzida em Sever do Vouga no final da década de 1990, impulsionada por técnicos holandeses que viram as potencialidades agronómicas da região e o crescimento do mercado dos pequenos frutos. O solo ácido e o clima ameno revelam-se ideais para o cultivo do mirtilo, proporcionando condições excecionais para a sua produção.
Em 2008, surgiu a primeira edição da Feira Nacional do Mirtilo, com o objetivo de promover a produção local, incentivar a proximidade entre produtores e consumidores e valorizar os produtos derivados do fruto. Desde então, a feira acontece anualmente e tem registado um crescimento notável, acompanhando a evolução da produção e sendo responsável por uma parte da produção nacional.
Agricultura, Inovação e turismo
A edição de 2025 foi marcada por uma produção diversificada e multidisciplinar. Para além do habitual mostra de produtos frescos e transformados, o evento integrou sessões técnicas dedicadas à sustentabilidade da produção, à certificação biológica, à adaptação às alterações climáticas e à investigação em novas variedades.
Foram também dinamizados workshops, demonstrações tecnológicas com a participação de investigadores de instituições de ensino superior, associações de produtores e empresas especializadas. A vertente gastronómica esteve em destaque com sessões de showcooking e demonstrações culinárias com enfoque nos produtos regionais.
No plano cultural, as principais atrações foram os D.A.M.A, Quinta do Bill e Minhotos Marotos, a feira também incluiu atividades infantis e apresentações de artesanato local, contribuindo para a atividade do evento enquanto destino turístico de verão.
O Papel da Comunidade: Vozes aos produtores
Entre os expositores, a participação de produtores locais revelou-se essencial para o fortalecimento da identidade da feira. O produtor de mirtilos biológicos, Filipe Pratas, destaca a relevância do evento para a divulgação do trabalho agrícola. “Eu acredito que seja mais um momento em que temos a oportunidade de divulgar os mirtilos, sobretudo divulgar o mirtilo na sua vertente biológica, tentar valorizar o mirtilo e o seu modo de produção.”
Para além do impacto económico direto, a expositora e frequentadora habitual na feira, Camila Pereira, valoriza a feira como um momento de celebração coletiva da produção local e da relação próxima com os consumidores. “São momentos em que temos a oportunidade de divulgar o mirtilo, os nossos doces, bolachas e licores artesanais. A feira representa isso: a união entre o fruto e o produtor.”
Para além do valor económico, o fruto também se tornou um símbolo de identidade e de pertença, assumindo um papel importante nas produções da região. Produtora de cosméticos á base de mirtilo Fabiana Alves afirma: “Queríamos desenvolver produtos a base do fruto azul , por sermos do conselho de Sever do Vouga e achamos que este produto iria encaixar-se bem aqui no conselho e visto que é um produto que serve a todos e é uma marca do conselho.”
O público que acorreu à Feira Nacional do Mirtilo manifestou, de forma generalizada, uma opinião positiva relativamente à organização, diversidade e oferta do ambiente vivido em três dias de evento. Ana Francisca, consumidora da feira destacou diversos pontos positivos: “Temos muita música ao longo do dia, também está calor, dá para bronzear, mirtilos a dar com fartura, muita variedade de produtos vindos do mirtilo, é esse o propósito da feira.
Tem aqui uma parte no município de Sever do Vouga, onde dão excelente informação, acho que somos muito bem recebidos e que é uma coisa para ficar, porque é o que marca o nosso conselho e as nossas raízes.”
O público também salientou desafios enfrentados este ano, nomeadamente o calor intenso que condicionou o fluxo de visitantes em determinados períodos. “Eu acho que este ano foi um ano de muito calor, poderia ter havido alguma maneira de protegermos pessoas, criar zonas de sombras para estarmos todos confortáveis”. Entretanto destacaram a resiliência da organização e da comunidade “Apesar do calor, as pessoas continuam a vir, continuam a comprar, a feira já é uma referência.”
A 17° edição da Feira Nacional do Mirtilo reafirmou Sever do Vouga como referência nacional na produção e valorização dos pequenos frutos. Aliando tradição, inovação e envolvimento comunitário, o evento demostrou ser mais do que uma feira agrícola – é uma expressão de identidade local e um motor de desenvolvimento regional.