Fogo ­de ­artifício da Madeira: para inglês ver

Fogo ­de ­artifício da Madeira: para inglês ver
Fotografia: Tiago Canoso

Texto por Ana Margarida Gomes e Lino Lopes Ramos 

A  tradição  remonta  ao  século  XVII,  quando os habitantes da ilha acendiam  fogueiras para iluminar e encher de brilho  e  cor  os  seus  lares.  No  século  seguinte,  a  comunidade  inglesa  residente  na Madeira introduziu o lançamento de  foguetes como forma de assinalar o ano  novo, uma tradição retomada mais tarde pelo banqueiro madeirense João José  Rodrigues.  A  partir  de  então,  as  famílias abastadas da ilha começaram a  competir  para  ver  quem  tinha  o  maior  fogo-de-artifício, promovendo um espectáculo  que  alastrava  até  às  zonas  mais  altas  da  cidade  e  que,  já  nessa  altura, servia  para  prolongar,  noite  dentro,  as  comemorações nos salões de baile.

O  ritual  tornou-se  um  dos  maiores  eventos turísticos da Madeira, até alcançar,  em  2007,  o  reconhecimento  internacional  de  “Maior  Espectáculo  de  Fogo­de­Artifício do Mundo” pelo Livro  de  Recordes  do  Guinness.  Milhares  de  turistas acorrem de propósito à ilha nesta  altura  do  ano  para  ver  a  magia  que  acontece entre o céu e o mar: enquanto  os  foguetes  clareiam  o  firmamento,  os  edifícios  da  baixa,  iluminados  a  rigor,  projectam-se  na  baía,  criando  um  efeito  de presépio gigante.