“O Piano” de Jane Campion nos cinemas
“Sweetie” e “Um anjo à minha mesa” vêm fazer companhia a “O Piano” de Jane Campion nos cinemas
Nitrato Filmes faz regressar às salas, do norte ao sul do País, versões restauradas dos dois filmes de início de carreira da neozelandesa, para ajudar à festa do 30.º aniversário da película que consagrou a realizadora, de novo em cartaz, mas agora em alta-definição, para deleite de todos os amantes de bom cinema
“Sweetie” (1989), a primeira longa-metragem realizada por Jane Campion para o cinema – e que a própria chegou a considerar a obra preferida da sua filmografia -, e “Um anjo à minha mesa” (1990), um ponto de viragem na respetiva carreira de cineasta, são duas das prendas da sétima arte que os Reis Magos trarão aos cinéfilos, em versões restauradas, no arranque do novo ano, em algumas das principais salas do País. Isto já depois do regresso à tela, há duas semanas, de “O Piano”, numa cópia em alta-definição (4K), que continua em cartaz em várias cidades.
Sob a batuta da Nitrato Filmes, ambas as películas regressarão em Janeiro ao circuito, abrilhantando assim de uma forma ainda mais especial o 30.º aniversário de “O Piano”, um dos filmes-ícone da década de 90 e que coleccionou uma longa lista de distinções, entre as quais a Palma de Ouro no Festival de Cannes e três Óscares da Academia de Hollywood (Melhor Argumento, Melhor Actriz Principal e Melhor Actriz Secundária, em oito nomeações).
“O Piano”, recorde-se, retracta o trajecto de Ada McGrath (Holly Hunter), uma mulher que não falava desde os seis anos de idade e que chega a uma paisagem inóspita – a recém-colonizada Nova Zelândia do séc. XIX - para um casamento arranjado à distância. Na companhia da filha (Anna Paquin), conhece só então o seu futuro marido, um rude Alisdair Stewart (Sam Neill), com o qual não simpatiza e se recusa a transportar o seu piano, a sua paixão maior. Até que entra em cena o administrador George Baines (Harvey Keitel), que adquire o instrumento e promete devolvê-lo caso Ada lhe ensine a tocá-lo.
Já em “Sweetie”, visto como o filme mais pessoal de Jane Campion, estamos perante um drama sobre uma família disfuncional da classe média australiana, com os problemas mentais da irmã mais nova a marcar todo o enredo. Mas foi "Um Anjo à minha mesa" a colocar Jane Campion sob o olhar atento do cinema internacional, com o retracto físico e psicológico da famosa escritora neozelandesa Janet Frame em pano de fundo.
Um trio de filmes que, fio a fio, permitirá ao espectador conseguir desenrolar o novelo conceptual da autora daquele que foi considerado um dos 100 melhores filmes de sempre realizados por mulheres, de acordo com o ranking elaborado por 368 críticos, académicos, figuras da indústria e programadores de cinema de 84 países, para a BBC Culture: “O Piano”, para (re)ver no cinema, agora com a definição 4K.