Oceanário defende polvos e pradarias-marinhas
A defesa da biodiversidade é uma missão partilhada pelo Zoomarine, que em 2000 inaugurou o Porto d'Abrigo, o primeiro centro de reabilitação de espécies marinhas em Portugal, onde uma equipa zoológica multidisciplinar se dedica ao resgate, reabilitação e devolução ao meio natural de animais marinhos e aquáticos. Também o Oceanário de Lisboa financia projectos de conservação das espécies no país e no estrangeiro.
Um dos beneficiados é o polvo que vive no Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, na Arrábida, onde o elevado número de covos (um tipo de em áreas de protecção entra em conflito com outras artes, como as redes de tresmalho, e actividades como o mergulho, e diminui a eficácia das medidas de salvaguarda. O projecto, intitulado "Octoparque" e apoiado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPAM), procura ensaiar medidas mais eficazes na gestão da pesca do polvo usadas com sucesso na Galiza e "aumentar o conhecimento sobre o crescimento, os movi mentos, o comportamento alimentar do polvo e a sua interacção com as artes de pesca, e a sobrevivência de polvos pequenos após marcação e reintrodução", revela o Oceanário de Lisboa.
O espaço, inaugurado na Expo 98, é a casa de mais de 8 mil organismos, entre animais e plantas, de 500 espécies. Algumas, como as lontras-marinhas Amália e Eusébio, que ali viveram por mais de dez anos, fazem parte do imaginário dos portugueses. Aqui é possível dormir com tu barões, conhecendo mais de perto a sua pele áspera, os dentes enormes e o olhar intimidante. "Adapte uma Pra daria Marinha" foi outro dos projectos financiados pelo Oceanário. A iniciativa, concluída em 2011, teve como objectivo sensibilizar os cidadãos e entidades decisoras para a degradação das pradarias e contribuir para a monitorização e protecção destes ecossistemas, que na Europa estão classificados como ameaçados ou em declínio. A longo prazo, foi o primeiro passo para o desenvolvimento de um plano de gestão e de conservação de pradarias marinhas em Portugal, invertendo o seu cenário de degradação.
Em 2012, o Oceanário de Lisboa e o National Geographic Channel criaram o "InAqua", um fundo que apoia projectos, a decorrer em Portugal, que contribuam para a conservação da biodiversidade aquática em geral. O mais recente vencedor, o Capredux, actua na área da maior Zona de Protecção Especial Marinha em Portugal Continental (ZPE Aveiro/Nazaré) e pretende reduzir a morte acidental de aves que usam esta extensão de costa para alimentação e repouso, como a pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa, a cagarra, o alcatraz e a negrola. O projecto prevê uma abordagem cooperativa com o sector da pesca e o uso de dispositivos (acústicos e ópticos) para afastar as aves durante a captura.