100 anos após o seu nascimento, recordemos Saramago - Praia todo o ano

100 anos após o seu nascimento, recordemos Saramago - Praia todo o ano
Fotografia: D.R.

As praias da Madeira são boas em qualquer altura do ano, mas mesmo que não fossem valeria sempre a pena passar pela Banda Além, no concelho de Machico, onde a areia amarela importada de Marrocos se estende por 125 metros comprimento e 70 de largura. Já na praia da Alagoa, na freguesia de Porto da Cruz, a areia é preta e ideal para banhos, e a zona dispõe de um solário com belos acessos por mar, parque infantil, snack­-bar e restaurantes.

O último dos dez municípios que compõem a ilha é Santa Cruz, cuja freguesia da Camacha é um dos locais mais visitados pelos turistas e reconhecida internacionalmente pelo seu folclore, o famoso “bailinho da Madeira”, e pelas obras de arte em vime, desde mobiliário a peças de decoração. Foi aqui, no Largo da Achada, que em 1875 se realizou o primeiro jogo de futebol em Portugal. Ainda temos tempo para visitar a Reserva Natural do Garajau, com condições únicas para a prática do mergulho devido à sua riqueza biológica e admirável clareza das águas.

A Ilha de Porto Santo, que agora visitamos, é mais plana do que a Madeira. Descoberta um ano antes, em 1418, é banhada por águas turquesas e a sua praia de nove quilómetros foi eleita a “Melhor Praia de Dunas” no concurso “7 Maravilhas Praias de Portugal”. A areia, muito leve, suave e pouco abrasiva, é composta principalmente por carbonato de cálcio, sob forma de calcite, que lhe confere propriedades térmicas muito particulares, além de possuir qualidades terapêuticas. O clima da ilha é em geral seco e estável, com pouca variação entre estações, pelo que é possível fazer praia todo o ano, mas a melhor forma de desfrutar de Porto Santo talvez seja ir até à Ponta da Calheta e regressar caminhando ao longo do areal, deixando-­nos embalar pelo som mágico das ondas. Com cerca de 5.500 habitantes, a ilha beneficiou de um incremento turístico nos últimos anos, em grande parte devido ao navio que faz a ligação à Madeira, o “Lobo Marinho”.

A viagem pela Madeira não pode acabar sem uma visita às Ilhas Desertas e Selvagens, duas reservas naturais de elevado valor ecológico e biofísico. As primeiras, sem presença humana, são um dos últimos redutos do lobo-­marinho, possuindo uma colónia com 23 animais, e também um importante centro de nidificação de aves marinhas. O arquipélago é formado pelo Ilhéu Grande, Bugio e Deserta Grande, no norte da qual vive a Tarântula das Desertas, uma espécie endémica. Pelo seu valor natural e ecológico, as ilhas são Reserva Biogenética e é proibida a caça submarina em toda a sua área, assim como a navegação da parte sul.

Uma extensa barreira de recifes tornam difícil ancorar na costa das Selvagens, onde as temperaturas excedem as da ilha da Madeira e a água do mar, a mais límpida do mundo segundo o oceanógrafo francês Jacques­-Yves Cousteau, permanece confortável todo o ano. No entanto, o acesso à reserva natural é restrito, devendo os interessados requerer autorização junto do Parque Natural da Madeira.

E muito mais haveria para ver e falar sobre a “Pérola do Atlântico”. O que se escreveu é apenas uma amostra de um território mágico que já merecia ser visitado por todas as razões, e agora ainda mais, especialmente por quem pensa viajar em breve…