Programação de Maio a Julho do Teatro Oficina apresenta artistas e projectos seleccionados no âmbito das Open Calls

Programação de Maio a Julho do Teatro Oficina apresenta artistas e projectos seleccionados no âmbito das Open Calls
Fotografia: Bruno Barreto

Fruto das quatro Open Calls recentemente lançadas pelo Teatro Oficina, sob a direcção artística de Mickaël de Oliveira, são agora conhecidos os resultados surgidos entre 215 candidaturas registadas, ressalvando-se este número bastante expressivo que reflecte a matéria e vontade existentes no país, e neste território em particular, no que à criação diz respeito.  

A companhia de teatro vimaranense prossegue assim a consumação do caminho de fortalecimento da criação dirigindo oportunidades a artistas/criadores consolidados e emergentes, escritores e estruturas em artes performativas, dramaturgos e estruturas de criação, interessados em abraçar novas oportunidades. 

Para além das manifestações artísticas derivadas destes resultados – como Ensaios Abertos das novas criações seleccionadas e Leituras Participativas no âmbito dos 'Encontros de Dramaturgia' com os convidados Patrícia Portela e Rui Pina Coelho – que já poderemos começar a (re)conhecer ao longo das próximas semanas, a companhia prepara-se igualmente para projectar as suas luzes em direcção às apresentações finais das actuais turmas das Oficinas do Teatro Oficina (OTO), a decorrerem no final deste mês de Maio no Espaço Oficina, base de operações desta casa de criação que é o Teatro Oficina. 

Com vista a fomentar uma forte dinâmica no domínio da criação e cumprindo o objectivo de acolher e (re)conhecer a diversidade de comunidades e propostas artísticas no território vimaranense e nacional, foram lançadas as Open Calls de ‘Criação Crítica’, ‘Encontros de Dramaturgia’, ‘Bolsas de Criação – Dramaturgia’ e 'Audição para a nova criação do Teatro Oficina – Ensaio Técnico'. Tudo isto com a expectativa de poder responder às necessidades dos artistas com percursos consolidados e em vias de consolidação, procurando igualmente profissionalizar o trabalho artístico de criadores mais novos e muitas vezes recém-formados, e das suas obras, capacitando os seus processos de criação nas suas dimensões logísticas, técnicas, críticas e dramatúrgicas, de modo a apoiar a produção de novos textos para palco e a renovação do repertório teatral contemporâneo português. Beneficiando com isto também (mais directa ou indirectamente) os vários públicos do município de Guimarães (e todos os que o visitem), nomeadamente as comunidades artísticas, académicas e associativas, para assistirem e participarem nas actividades programadas e poderem também qualificar-se nas suas formações e outras actividades. 

E era difícil a resposta ter sido melhor, tendo sido registadas 66 candidaturas na vertente da ‘Criação Crítica’, 24 na referente aos ‘Encontros de Dramaturgia’ e 49 no que toca às ‘Bolsas de Criação – Dramaturgia’, e ainda 76 na 'Audição para a nova criação do Teatro Oficina – Ensaio Técnico'. Os resultados destas candidaturas, nomeadamente os projectos artísticos seleccionados, já podem ser consultados online em www.teatrooficina.pt, bem como mais informação respeitante a programação dedicada a vertentes como ‘Criação’, ‘Formação’, ‘Pensamento’ e ‘Linha de Apoio à Criação’, que reforça as linhas estratégicas da companhia que preserva o mote de fortalecer o território com uma «casa de criação», ancorada na cooperativa cultural vimaranense A Oficina que continua a dedicar as suas valências ao apoio à criação. 

As primeiras sessões dos ‘Encontros de Dramaturgia’ acontecem já a 23 de Maio e 13 de Junho, sempre à terça-feira, às 21h30, no Espaço Oficina, com orientação de Patrícia Portela, estando a seguinte já alinhada para a terça-feira 11 de Julho, desta feita com Rui Pina Coelho. Nestes encontros, os autores convidados pelo Teatro Oficina oferecem assim um processo de criação em partilha com os demais interessados (também autores e/ou leitores) que participaram do processo de selecção via Open Call, entre sessões de leituras comentadas, escrita criativa, e algum enquadramento teórico que fundamenta as opções estilísticas e estéticas do texto em construção. Estas leituras participativas são sessões abertas a todos os públicos, onde serão lidos textos, em voz alta, que têm acompanhado e dão forma aos novos trabalhos literários para teatro de Portela e Pina Coelho.

Já neste mês de Maio, concretamente no próximo dia 10, às 21h30, no Espaço Oficina, é também possível ficar a conhecer o processo de criação de Manuela Ferreira e Rita Morais no Ensaio Aberto do projecto “Showroom”, um espectáculo site-specific que acontece numa loja-showroom de cozinhas, num exercício de (re)montagem cénica de memórias que emergem de imagens do cinema, e que as criadoras propõem agora adaptar para palco, tendo em conta os seus desafios, através do programa ‘Criação Crítica’ do Teatro Oficina e com acompanhamento dramatúrgico de Mickaël de Oliveira.  

Os próximos Ensaios Abertos, de novos projectos de criação fermentados neste âmbito que já em 2023 integra residências artísticas e que será trabalhado até 2024 – contando com o acompanhamento dramatúrgico de nomes reconhecidos nas artes performativas como Francesca Rayner, Patrícia Portela, Victor Hugo Pontes e Victor Hugo Pontes – poderão ser descobertos nos meses de Junho (dias 14, 21, 28) e Julho (dia 5) e a respectiva informação consultada online no mesmo endereço indicado acima, dando corpo a trabalhos como “O fim foi visto” de Teresa Coutinho, “A Bola de Cristal” de Luísa Fidalgo, “Manjar” de Tiago Cadete, e “Morte às Fantasmas” de Roxana Ionesco.

E na última semana deste mês, emergem no Espaço Oficina três criações que se exprimem nas apresentações finais das turmas das Oficinas do Teatro Oficina (OTO). 

A turma Drama, orientada por Gonçalo Fonseca, apresenta “Os Maus Alunos” a 27 de Maio, às 17h00. A partir do texto “O coro dos maus alunos” de Tiago Rodrigues, estes "maus" alunos contam a história de um velho professor de filosofia, o único a quem eles chamavam de professor, sendo aquele que vai mudar a vida desta turma para sempre. No mesmo dia, às 21h30, a turma Ribalta, orientada por Inês Lago apresenta-se no seu “Salão de Espera”, onde desfilam números através de um altifalante. Os números aguardam pacientemente a sua vez. A sua vez de quê, não sabemos. Inspirada por um excerto da peça “The Hothouse”, de Harold Pinter, a turma Ribalta encerra o ano com uma celebração, propondo-se, à falta de mais motivos, a fazer festa por estarmos vivos e o amanhã ainda ser possível.  

No dia seguinte, 28 de Maio, às 17h30, chega a vez da turma Malagueta, orientada por Letícia Moro, nos revelar que “Nem Tudo está Azul no País Azul”. Uma história vivida num reino de cores primárias, impositivo e sem permissão de misturas. Mas quando o vermelho Leo e a amarelinha Lina se conhecem, uma história de amor prevalece e, dessa união, nasce uma menina Alaranjada.