“Salvar o Planeta é uma Arte” em exposição no MAR Shopping Matosinhos

“Salvar o Planeta é uma Arte” em exposição no MAR Shopping Matosinhos
Fotografia: D.R.

O MAR Shopping Matosinhos lançou o desafio. Os alunos do curso de pós-graduação em Ilustração e Animação Digital da ESAD – Escola Superior de Artes e Design abraçaram-no de imediato e o resultado estará na exposição “Salvar o Planeta é uma Arte”. Em exibição no Atrium do MAR Shopping Matosinhos, entre os dias 2 e 10 de Maio, estarão os três trabalhos vencedores de um concurso lançado pelo meeting place, mais três peças que obtiveram menções honrosas, bem como outros trabalhos seleccionados pela ESAD entre os 15 que concorreram. São todos trabalhos artísticos realizados a partir de lixo reciclável recolhido nas praias e parques públicos de Matosinhos e pretendem sensibilizar para a necessidade de preservarmos o Planeta.

“Aquí, pero ausente”, de Mava Munoz, foi o trabalho vencedor. É uma escultura de uma cegonha no seu ninho. “As cegonhas são aves migratórias que habitam as zonas mediterrânicas durante a Primavera e o Verão, migrando para África no Inverno em busca de alimento. No entanto, o comportamento das cegonhas, bem como de outras aves migratórias, mudou drasticamente, pois encontram uma fonte de alimento acessível nas lixeiras de Portugal e Espanha. Embora, esta adaptação seja positiva para a preservação da espécie, é preocupante que os instintos naturais dessas aves sejam alterados pelo impacto ambiental produzido pelo homem e aumente o perigo de envenenamento e sufocamento das aves pela ingestão de lixo, especificamente por plásticos. Esta escultura representa os aspectos negativos decorrentes da contaminação humana”, refere a vencedora Mava Munoz.

“Oitavo Oceano”, de Carolina Esteves Vieira, que ganhou o segundo prémio, é uma escultura interactiva de um animal marinho, composto por redes de pesca, as quais foram recolhendo ao longo do seu percurso, não peixe, mas lixo. “Estima-se que entre 500 mil e um milhão de toneladas de redes de pesca são perdidas ou descartadas nos oceanos todos os anos. Estas redes descartadas, às quais se dá o nome de equipamento fantasma, vão-se tornando lentamente, mas a passo certo, num ‘Oitavo Oceano’”. O objectivo da autora foi chamar a atenção para “um mar que, em vez de dar vida, se torna no antagonista daqueles que o habitam ou que por lá passam; e se torna no seu maior predador".

“Corais”, de Clarisse Silva, conquistou o terceiro prémio. “Esta escultura representa a vida e a morte dos corais, devido ao aumento da temperatura da água do mar, provocado pelo aquecimento global. Devido à emissão excessiva de CO2 pelo ser humano e absorção do mesmo pelos oceanos, os corais sofrem um processo de branqueamento, acabando por morrer. O objectivo desta escultura é levar a um processo de reflexão sobre a acção do homem no planeta, e demonstrar a importância da vida dos corais, já que protegem as zonas costeiras e abrigam milhões de seres vivos”.

“Nem tudo o que vem à rede é peixe”, de Inês Fernandes, “Uma Cidade Invisível”, de José Teixeira, e “O Voluntário”, de Cláudio Gomes, receberam menções honrosas.

Os autores distinguidos — prémios e menções honrosas – receberam cheques-oferta do MAR Shopping Matosinhos, e Verão os seus trabalhos apresentados na exposição “Salvar o Planeta é uma Arte".

“Lançámos este desafio aos alunos da ESAD com alguma curiosidade sobre que interpretações nasceriam desta experiência de se depararem com a enorme quantidade de lixo que o impacto do homem no planeta produz e de o transformarem em algo belo, mas que, ao mesmo tempo alertasse para os perigos que todos corremos com a poluição e as alterações climáticas. Foi agradável perceber que estes alunos estão cada vez mais envolvidos e comprometidos na preservação do ambiente”, sublinha Sandra Monteiro, diretora-geral do MAR Shopping Matosinhos.

“O desafio ‘Proteger o planeta é uma arte’, lançado pelo MAR Shopping Matosinhos, deu oportunidade aos estudantes da pós-graduação em Ilustração e Animação Digital da ESAD Matosinhos de experienciar a realização de uma ilustração/escultura com materiais recolhidos pelos próprios nas praias e parques públicos, como representação evocativa das questões relacionadas com o consumo e o descarte dos materiais na natureza. As distintas abordagens não têm por intenção impor uma visão política, social ou económica do mundo, mas permitir a reflexão introspectiva a partir da sua contemplação. As dinâmicas de aprendizagem externas ao espaço escolar aproximam o ensino académico das questões sociais, demonstrando o potencial da ilustração como vector de transformação cultural e ambiental”, assinala o designer João Lemos, professor e orientador do projecto.