Selecção Nacional de Surf voa para Tóquio com sonho de medalhas na bagagem
A Selecção Nacional de Surf partiu em direcção a Tóquio, para participar na estreia olímpica da modalidade depois de alguns dias de incerteza provocada pela greve da Groundforce. Teresa Bonvalot, Yolanda Hopkins, o Seleccionador David Raimundo e o presidente da FPS, João Aranha, fazem parte da comitiva à qual se juntará, mais tarde, Frederico Morais.
Na hora da partida, vários sentimentos dominavam o ambiente mas com muito optimismo, conforme explicou o Seleccionador David Raimundo: “Apesar de este ser o maior evento desportivo que existe, é, acima de tudo, uma honra e o culminar de um sonho de criança poder estar presente. Foi mais difícil chegar aqui e ver o surf como uma realidade nos Jogos Olímpicos e ter Portugal representado, logo no ano de estreia, com três pessoas. Existe alguma ansiedade mas muita vontade e determinação para continuar a fazer História para Portugal.”
O Selecionador Nacional foi mesmo mais longe e não hesitou em assumir Portugal como “candidato”: “Já tive a oportunidade de dizer que não somos favoritos às medalhas, mas somos candidatos. E sonhamos com a possibilidade de trazer medalhas para Portugal. Pelo menos, vamos deixar tudo o que temos e não temos dentro de água para que isso seja uma realidade.”
Yolanda Hopkins Sequeira, que há cerca de um mês conquistou o título de vice-campeã mundial ISA também era o espelho do sonho. “Estou ansiosa de chegar lá. Foi complicada a partida mas agora apenas quero chegar lá e surfar”, afirmou a surfista portuguesa baseada na costa alentejana, acrescentando, ao mesmo tempo que exibia a tatuagem com os anéis olímpicos no antebraço: “Quero aproveitar a experiência, o facto de serem os primeiros Jogos Olímpicos e já tenho aqui no braço (risos). Confio no meu surf pois já mostrou nos ISA que está no top mundial e a medalha passa-me pela cabeça, pois nunca vou a um campeonato que não acredite que não possa ganhar.”
Teresa Bonvalot também não destoou na emoção coletiva: “Finalmente vamos arrancar. Tivemos complicações com a greve mas o entusiasmo é gigante e poder finalmente sentir o que está a acontecer é especial, mas estou super ansiosa e preparada para chegar lá e dar o meu máximo.”
Ao presidente João Aranha, não escapa o carácter histórico do momento e também não foge ao mote da equipa: “Uma partida muito atribulada com viagens canceladas, hipótese de autocarros para Madrid, enfim...um festival de alterações que nos prejudicaram pois vamos lá chegar e ter menos um dia de treino, mas hoje lá conseguimos. Mas o que importa é que o grupo está muito bem disposto, muito motivado e prontíssimo para trazer de lá medalhas, como é óbvio.”
A competição olímpica de surf arranca dia 25 de Julho, na praia de Tsurigasaki (conhecida como Shidashita entre os locais japoneses) e ali decorre até dia 28.