Tradição do Cantar dos Reis está de regresso a Baião

Depois de dois anos em que não foi possível realizar o tradicional encontro de celebração da Noite de Reis, a sede de concelho voltou a encher-se de entusiasmo, para ouvir os tradicionais cantares tradicionais, acompanhados de instrumentos como a concertina, o violão, o bombo, o reco-reco ou os ferrinhos.

Com organização da Câmara Municipal, este evento, que vai já na 15.ª edição, iniciou-se no Jardim Dr. José Teixeira da Silva, com o cortejo a percorrer o centro da Vila de Baião, em direcção aos Paços do Concelho, onde os diversos grupos participantes compostos por mais de 200 cantadores interpretaram as mais belas quadras alusivas à época, proporcionando um serão bastante animado, com o público presente a aplaudir e a acompanhar com entusiasmo, numa manifestação de que esta tradição continua bem enraizada em Baião.

Os grupos participantes vieram de todo o concelho e eram compostos por cantores de todas as idades, numa salutar conjugação entre os mais experientes e os mais novos, com estes a absorverem o saber e as tradições que há muitos anos são passadas de geração em geração.

Os Alegrinhos do Ingilde, a Associação de Danças e Cantares de Gestaçô, a Banda Marcial de Ancede, a Casa do Povo de Campelo, as Concertinas do Lameirão, o Rancho Folclórico de Baião, o Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Valadares”, o Rancho Folclórico da ACR de Santa Cruz do Douro e o Grupo “Slava Ukraini” (composto por alguns dos refugiados acolhidos em Baião) foram os protagonistas de uma animada celebração que só terminou noite dentro.

O executivo municipal e alguns autarcas de freguesia, perfilaram-se nos Paços do Concelho para receber os votos de bom ano na forma destas quadras populares

Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, acompanhou com entusiasmo as quadras interpretadas, tendo deixado votos de um bom ano a todos os presentes e manifestando a sua satisfação por depois de um interregno se poder a voltar a festejar as tradições.

O edil baionense agradeceu “a quem por vontade própria aqui quis estar, numa manifestação genuína das nossas raízes e da preservação da nossa identidade, numa demostração de respeito de uns pelos outros nesta noite fria, como é tradição”, realçando que “temos muito gosto em receber estes grupos, com a particularidade de um deles ser constituído pela comunidade de refugiados da Ucrânia, que foram tão bem acolhidos e, que por esse facto, também os leva a respeitar e a participar nesta tradição, devolvendo a gratidão por aquilo que a nossa comunidade tem feito por eles”.

Como manda a tradição, o final do evento ficou marcado pela tradicional merenda, como forma de agradecimento a quem mantém viva esta tradição ancestral.

A Câmara de Baião aposta na preservação de tradições como os cantares dos reis e das janeiras e no dia 28 de Janeiro, como já é tradição, decorrerá no Mosteiro de Santo André, em Ancede, o encontro concelhio de cantares das janeiras.