A Empilhadora dá mais um passo em diante: A Voz Enlutada, de Nicole Loraux

A Empilhadora dá mais um passo em diante: A Voz Enlutada, de Nicole Loraux
Foto: DR

Empilhadora: a colecção de livros partilhada entre o Teatro Nacional São João e as Edições Húmus

 

A Empilhadora dá mais um passo em diante:

 

Na colecção que se dedica à publicação de livros de história e estética teatral, ensaio e biografia, chega às livrarias um texto nuclear, que se atreve a questionar a dimensão da morte na tragédia grega: um ensaio provocador, assumidamente nietzscheano, menos político do que lírico ou patológico, assente num argumento inesperado.

 

A Voz Enlutada, de Nicole Loraux

 

Tradução: Manuel de Freitas

Prefácio: Marta Várzeas

 

“O teatro de Dioniso não está na Ágora. O que nesta simples frase se dá a entender sob a forma de uma constatação é muito mais do que uma constatação, se deixarmos claro que, no espaço cívico das cidades (poleis), é na Ágora, local por excelência do político, que tem geralmente lugar o teatro. De facto, ao escavar assim simbolicamente a distância entre o teatro e a política, pretendo logo de início marcar uma ruptura com as leituras apenas políticas, ou até apenas cívicas, que dominaram os estudos sobre a tragédia durante os últimos decénios. O vaivém entre uma certa percepção contemporânea da tragédia grega […] e o próprio texto da peça de Eurípides [As Troianas], em que se escuta a voz enlutada da tragédia […], obriga-nos naturalmente a levar o teatro a sério, a não o reduzirmos à sua suposta subordinação ao político e a compreender as suas exactas dimensões, quer literárias quer cívicas. A inteligência da tragédia grega começa pela do theatron, isto é, o teatro simultaneamente como local e como colectividade reunida, no espaço cívico e no tempo da cidade.” — Nicole Loraux

 

Já nas livrarias.