Bolo podre

Bolo podre
Fotografia: Tiago Canoso

Texto por Ana Margarida Gomes e Lino Lopes Ramos 

E  se  no  Natal  lhe  oferecessem  um  “bolo  podre”.  É  o  que  pode  acontecer  no  Alentejo,  onde  são  típicos  estes  doces  secos,  em  forma de cone, que se conservam durante  vários  dias  devido  ao  facto  de não levarem ovos e sabem a ca­ nela  e  erva­doce.  O  bacalhau  é  o  prato  típico  da  consoada,  mas  houve um tempo em que o galo ia  para  a  mesa.  No  dia  de  Natal  come­se  peru  recheado  com  enchidos alentejanos e assado no forno,  mas também pode haver carne de  porco  com  amêijoas,  empadas  de  galinha,  ensopado  de  borrego  e  sopa de feijão.

Além do bolo podre à alentejana,  a sobremesa varia entre coscorões  ou  carolo,  barrigas­de­freira,  toucinho­do­céu,  queijadas  ou  azevias  de  grão,  doce  tradicional  conventual cuja massa é recheada  com  pasta  de  grão  cozido  e  miolo  de  amêndoa,  assumindo  a  forma  de rissol. Depois de feitas, as azevias  são polvilhadas com açúcar e  canela. A receita mais apreciada é  a  do  Convento  do  Bom  Jesus,  de Monforte.