Competição ART&FACTORY traz Japoneses e Brasileiros na luta pelo melhor filme do Médio Tejo

Competição ART&FACTORY traz Japoneses e Brasileiros na luta pelo melhor filme do Médio Tejo
Fotografia: D.R.

O desafio colocado pela organização do Festival Internacional de Cinema de Turismo, ART&TUR Ourém 2022 às equipas de produção estrangeiras é muito claro: produzir bons filme de turismo focados na região do Médio Tejo, em escassos 7 dias, para serem estreados perante o júri internacional do Festival, no dia 27 de outubro. A cada equipa são concedidas as condições logísticas mínimas (automóvel, assistente de produção, refeições e alojamento, e apoio logístico na obtenção de licenças de filmagem); não há honorários. Em contrapartida cada equipa dispõe de liberdade criativa plena para mostrar o seu valor e, quiçá, subir ao degrau mais alto do pódio.

Será que filmes criados em tais condições –  produções zero-budget protagonizadas por estrangeiros que nem sequer conhecem (bem) o território – são capazes de competir em pé de igualdade com produções de grandes orçamentos em festivais internacionais? Será que o engenho e a arte se bastam a si próprios? A resposta é: sim, sem dúvida!

A Centro de Portugal Film Commission tem submetido em diversos festivais internacionais de cinema de turismo as produções nascidas na competição ART&FACTORY, e os resultados têm sido surpreendentes. A título meramente ilustrativo (já que a lista de evidências é enorme), merece especial destaque 1º Prémio na categoria “Destinos Turístico – Cidades” ao filme “Time Switch Aveiro”, produzido no âmbito do ART&FACTORY Aveiro 2021, obtido no prestigiado festival internacional de cinema da Croácia, o Zagreb Tourfilm Festival. E não se trata de condescendência, pois os membros dos júris dos festivais nem sequer imaginam em que condições os filmes são produzidos.

Mas o mais interessante no ART&FACTORY, que já tem uma história de 5 anos, está a ser a forte “afición” gerada no seio da equipa do Japão, que não se conforma enquanto não destronar do pódio a equipa brasileira liderada por Marco Calábria e Bruno Calanca Nishito, da Eureka Films. O professor Tsuyoshi Kigawa, da Universidade de Wakayama, está inconformado com o crónico 2º lugar neste “duelo intercontinental em território luso”, tendo criado uma campanha de angariação de fundos (crowdfunding) de apoio à equipa japonesa, tentando assim reverter o resultado a seu favor. Assim se confirma que, também no Japão, o segundo classificado se sente como o primeiro dos últimos.