Josefa Pereira dá vida à dança no CCVF para transpor um passado com um gesto que será um novo futuro

Josefa Pereira dá vida à dança no CCVF para transpor um passado com um gesto que será um novo futuro
Fotografia: D.R.

No próximo sábado, 14 de Outubro, às 21h30, a coreógrafa e bailarina Josefa Pereira (BR/PT) apresenta o seu mais recente trabalho no Palco do Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), em Guimarães.

Criação de dança escolhida no âmbito da 1ª edição do Projeto CASA – programa de apoio à Criação Artística na área das Artes Performativas promovido pelo Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, o Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo e o Cineteatro Louletano, em Loulé – “Campo Força Chama” fala de algum lugar do passado, sobre um gesto que hoje será o futuro. Com o intuito de investigar maneiras de activar o "corpo-arquivo" de cinco bailarinas, esta criação valoriza a “linguagem do corpo no feminino na sua urgência de comunicar”.

 

Dando corpo em palavras a este seu trabalho, a autora e intérprete partilha que "Há este campo nosso, um terreno. Um lugar que contém e também emana, esquenta e chama. Por vezes, isto é, como um confronto com um urso. Dizem que deste nascerá um híbrido humano-urso e urso-humano. Somos essas danças-mordidas-de-urso. Quem chega também poderá atrair-se, ser mordido, talvez tornar-se híbrido também. Movemos ininterruptamente, e aqui estamos porque há de ser sempre em simultâneo, algo que só pode ser gerado quando e se ao mesmo tempo." 

 

E é desta forma que enquanto nos acompanharmos, pulsaremos no Palco do Grande Auditório Francisca Abreu, no CCVF, com “Campo Força Chama”. E porque há tempos que já nos esquecemos como isso acontece, "lembrar deverá ser aqui um gesto de toda invenção.", reforça Josefa Pereira anunciando e convidando-nos para este nosso (re)encontro a realizar a 14 de Outubro (sábado), às 21h30, em Guimarães.

 

Com direcção e conceito de Josefa Pereira, esta criação e respectiva performance está a cargo de Meiga, Natália Mendonça, Nina Botkay, Vânia Doutel Vaz e da própria Josefa Pereira, sendo este espectáculo dirigido a maiores de 12 anos de idade.

 

De lembrar que este foi o trabalho seleccionado na 1.ª edição do 'Projeto Casa' no domínio da dança.

Tendo realizado residência artística de longa duração n’O Espaço do Tempo (e ainda em La Caldera (ES), Futurama (PT) e Baal_17 (PT)), "Campo Força Chama" teve a sua estreia absoluta no Cineteatro Louletano e viaja agora para o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

De ressalvar também que o 'Projeto CASA' procura ser um estímulo à criação nas áreas da dança, do teatro e de cruzamentos disciplinares e um contributo para o desenvolvimento sustentável do percurso de artistas, criadores nacionais ou residentes em Portugal, nas referidas áreas. 

 

Os ingressos para assistir à apresentação de "Campo Força Chama" no CCVF estão disponíveis por 7,5 euros ou 5,0 com desconto, sendo possível adquirir os mesmos online em www.aoficina.pt e presencialmente nas bilheteiras dos espaços culturais geridos pela cooperativa cultural A Oficina, entre os quais o Centro Cultural Vila Flor, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e a Loja Oficina (LO), bem como em entidades aderentes à BOL como a Fnac, Worten, El Corte Inglés, entre outras.

 

Josefa Pereira (BR/PT) é coreógrafa e performer. Reside em Lisboa, e vive entre parcerias na cena local, e colaborações em São Paulo, cidade onde viveu e cresceu. Concluiu o mestrado DAS Choreography - AHK (NL) como bolseira pela Fundação Gulbenkian e graduou-se em dança e performance na Comunicação das Artes do Corpo (PUC-SP) como bolseira do programa PROUNI. Participou também no PACAP I, promovido pelo Forum Dança (PT).

A sua prática artística mais recente define-se como um campo orbitante em torno de interesses como monstruosidade, fantástico e fabulação. Entre os seus trabalhos destacam-se "Mandíbula" e "Égua" em parceria com a artista Patrícia Bergantin, e como criadora em "Monstra", com direcção de Elisabete Finger e Manuela Eichner. Entre colaborações recentes estão "Ruído Rosa" de Alina Ruiz Foline; "As Canções que Cantamos Contra os Muros que Limpamos" juntamente com Catarina Vieira e Aixa Fagini; "Spillovers" com Rita Natálio; e dramaturgia para "O Elefante no Meio da Sala" de Vânia Doutel Vaz; e "Kdeiraz" de Natália Mendonça.

Desde 2019, lecciona como professora de dança no "Forum Dança", e também orienta workshops e laboratórios de criação, fazendo deste um espaço para experimentação e troca para a sua prática e pesquisa artística.

Além de colaborações e parcerias dedica-se à criação e circulação dos seus trabalhos "Hidebehind" (2018) e "Glimpse" (2020) e "Calor" (2022), que fazem parte da trilogia Bestiário PINK. E em 2023 com a estreia desta nova criação em grupo, "Campo Força Chama".

Os seus trabalhos já circularam por festivais e espaços como: Festival Cumplicidades (PT); Teatro do Bairro Alto (PT); Acker Stadt Palast (DE); Moderna Museet (SE); Bienal SESC de Dança (BR); Festival Internacional de Danza Contemporánea-FIDCU (UR); Museum of Modern Art - MAM-SP (BR); Meteor Theater Festival (NO), entre outros.