Sardinhas para todos os gostos
Duas mulheres fazem par por não haver homem que queira dançar. São as Donas Maria, de Clara Leitão, 20 anos e estudante de design têxtil na Escócia. Diogo Matos, com a mesma idade e aluno de design gráfico, desenhou uma casa portuguesa à qual não falta um disco de vinil de Marco Paulo, um relógio, uma jarra de flores e o quadro do Menino da Lágrima. Os desenhos, em forma de sardinha, vão passear em táxis, autocarros e elétricos e ocupar varandas, cafés e tasquinhas de bairro. São dois dos vencedores do concurso que já se tornou um símbolo das Festas e ao qual concorreram este ano cerca de 9 mil propostas de 70 países, um recorde.
A 4 de junho chegam os Tronos de Santo António feitos pelos lisboetas, alfacinhas de gema ou adotados, religiosos devotos ou fervorosos descrentes, ou este não fosse o “santo de todo o mundo”, como lhe chamava o Papa Leão XIII. Pelo segundo ano consecutivo, recupera-se uma tradição que terá começado após o terramoto de 1755, quando a igreja do santo foi destruída e os petizes vieram para a rua pedir “uma moedinha para o Santo António”, para ajudar a recuperar o espaço, enquanto os fiéis construíam os tronos. Os exemplares deste ano vão dar origem a um roteiro que permitirá ao turista percorrer a cidade e descobrir os recantos dos seus bairros, da outra Lisboa.
A mesma ideia está na origem do Teatro das Compras, um convite para descobrir o comércio tradicional da baixa pombalina. Entre 16 e 25 de junho, nove lojas antigas vão transformar-se em pequenos teatros habitados por atores e bailarinos que interpretam uma ficção inventada para cada espaço, baseada nas memórias do lugar e na sua identidade histórica, cultural e comercial.