“Apostar na qualidade de vida”

“Apostar na qualidade de vida”
Fotografia: CM de LISBOA

A vida numa cidade é indissociável do espaço, ou melhor, dos espaços onde decorre. O desporto, a cultura e o lazer têm tanto mais valor quanto melhor for a qualidade dos mesmos, e também aqui são vários os municípios que se têm preocupado em melhorar a sua imagem visual e a qualidade da oferta de espaços e instalações. Fazem-no por diversos motivos: porque compreenderam o urbanismo nas suas múltiplas vertentes, da arquitectura à habitação, passando pela mobilidade, novas tecnologias e respeito pelo meio ambiente, mas também por razões mais práticas fixar a população, a começar pelos jovens, sobretudo em zonas mais afectadas pelo despovoamento. Em qualquer dos casos, a qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável são – ou deveriam ser – os guias orientadores.

Actualmente, é raro encontrar uma vila ou cidade que não tenha pelo menos um espaço de lazer, mais ou menos multifacetado. Um pouco por todo o país multiplicam-se os jardins e parques com campos de jogos, ciclovias, zonas pedonais, espaços infantis, entre outros equipamentos, que tendem a ser cada vez mais valo- rizados pelos habitantes.

Um bom exemplo disso está para nascer em Lisboa, onde em breve vai começar a ser construído o Parque Ribeirinho Oriente, na margem do rio Tejo. Trata-se de um jardim com quase 900 mil metros quadrados que vai ter grandes áreas relvadas, uma ciclovia, esplanadas, biblioteca e um circuito de manutenção, instalado onde outrora funcionou uma linha férrea.

Um pouco diferente é o projecto de reconverter a Segunda Circular, a via rápida que liga as partes ocidental e oriental da capital portuguesa, numa avenida, como se estivéssemos no centro nobre da cidade, com passeios largos nas bermas e grandes extensões de arvoredo em todos os espaços possíveis. A ideia da Câmara Municipal passa ainda por repavimentar os dez quilómetros de estrada e reduzir a velocidade máxima permitida, dos actuais 80km/ hora para 60 km/hora.

A obra é polémica, mas parecem inquestionáveis as vanta- gens que traria para questões como a promoção da actividade física ou a defesa do meio ambiente e, consequentemente, para a qualidade de vida, até porque a estimativa da autarquia é que o tráfego naquele itinerário diminua mais de 18%, sendo canalizado para outras vias.