Os Cinco Guardiões

Os Cinco Guardiões
Fotografias: Revista Descla

Sabugal tem cinco castelos, dois dos quais já serviram de cemitério e um no coração da aldeia histórica da Sortelha.

Na cidade de Sabugal, há, nada mais, nada menos, do que meia dezena de castelos. Ao longo das suas trinta freguesias, entre a paisagem acidentada de granito, típica da Beira Alta, não faltam fragmentos de história por redescobrir.

Desde logo o Castelo de Sabugal, localizado no centro, tem como originalidade o facto de ter uma torre de menagem pentagonal, facto esse que lhe vale a alcunha de Castelo das Cinco Quinas. O castelo foi mandado construir por D. Dinis no século XIII, sendo que a torre de menagem, com cerca de 30 metros, faz-se ver do ponto mais alto da vila. E, mais do que para fins militares, o Castelo de Sabugal também serviu de presídio: um dos seus mais ilustres prisioneiros foi o intrépido poeta e cavaleiro Brás Garcia de Mascarenhas (que ficou célebre pelo seu famoso poema épico “Viriato Trágico”).

Aliás, antes de ser preso em Sabugal, Brás Garcia de Mascarenhas tinha passado por Alfaiates, vila da qual foi Governador da Praça Forte em 1641. Esse foi o ano em que ficaram (parcialmente) acabadas a cerca e a fortaleza de Alfaiates, mandadas construir por D. Manuel. Até hoje, o que se encontra são os restos do que ficou por fazer; no século XVIII houve uma tentativa de modernizar a fortificação, mas nada foi feito. Aquando da extinção de Alfaiates enquanto concelho, o castelo foi transformado em cemitério. Na freguesia de Sortelha encontra-se o castelo, mandado edificar em 1228, ano em que a terra também recebeu foral. À medida que os anos ditaram o crescimento da fronteira para leste, Sortelha foi perdendo alguma importância estratégica. D. Manuel revitalizou a vila ao conceder-lhe novo foral e incentivar obras de beneficiação no castelo, mas, apesar das vantagens da atenção real, o certo é que Sortelha caiu mais uma vez em esquecimento. Valeu-lhe a inclusão no roteiro das Aldeias Históricas na passada década de 90, que só não foi importante para a recuperação do património, como também para torná-la num ponto turístico.

Vilar Maior foi conquistada aos mouros por D. Afonso VII de Leão em 1139, e só se tornou portuguesa com o Tratado de Alcanizes em 1297. Ainda teve o privilégio de receber algumas atenções reais ao longo do tempo: tanto D. Fernando, como D. João I e D. Manuel fizeram intervenções nas suas muralhas. Aquando das invasões napoleónicas, Vilar Maior foi uma das zonas pilhadas.

É em Vilar do Touro que se completa a rota dos castelos de Almeida. A construção do seu castelo fazia parte da lista de obrigações contempladas no foral concedido por Pedro Alvites, Mestre da Ordem do Tempo. Segundo as Inquirições de 1290, o castelo foi saqueado e destruído pelo concelho da Guarda.

Texto original de Mariana Rodrigues.