Do moinho hidráulico aos M&M’s

Do moinho hidráulico aos M&M’s
Fotografia: Misturador de cacau | Fotografia: Sanjay Acharya

O resto da história do cacau é igual ao de outras matérias-primas. Inventaram-se novos produtos e modos de transformação e a tecnologia foi-se aperfeiçoando: a moagem manual manteve-se até século XVII, quando nasceram as primeiras fábricas de chocolate e mais tarde o primeiro moinho hidráulico, do qual o cacau saía em forma de tortas, até aparecer uma máquina que moía, misturava e aglomerava a massa da planta.

Os primeiros “empresários do cacau” surgiram no século XIX. Um deles, o inglês Joseph Fry, produziu em 1849 a primeira barra de chocolate comestível e pouco depois o chocolateiro suíço Daniel Peter aproveitou a invenção do leite condensado, pelo alemão Henri Nestlé, para criar o chocolate de leite. Este último ficou conhecido por fundar a empresa com o seu nome, que hoje é uma das maiores companhias de alimentos e bebidas do mundo.

De invenção em invenção, em 1941 o norte-americano Forrest Mars criou os M&M’s, uma espécie de pastilhas de chocolate cobertas por uma camada de açúcar colorido – ter-se-á inspirado ao ver soldados espanhóis a comerem algo parecido durante a Guerra Civil de 1936-1939. A Mars é, actualmente, a maior compradora de cacau do planeta. Não foi a primeira nem a última vez que os caminhos do chocolate e de um conflito armado se cruzaram: durante as grandes guerras mundiais os Estados Unidos incluíram a iguaria nas rações dos soldados, pois já era reconhecido o poder energético e antidepressivo da mesma.